Publicado pela primeira vez em em um jornal local irlandês em 1904, mais tarde, em 1914 passou a fazer parte da coletânea de contos do autor, intitulada Dublinenses.
Eveline, uma jovem envolvida com um marinheiro que a convida a fugir e viver com ele, reflete sobre a vida enquanto observa a paisagem através de uma janela. Sua mãe, antes de morrer, fez a jovem prometer cuidar do pai e dos irmãos - um deles, o mais velho, já morreu, o outro vive viajando a trabalho; resta apenas o pai, que a maltrata (por ser a única mulher, talvez). Sua vida se resume ao convívio com esse pai pouco amoroso, ao seu trabalho como vendedora realizado sem vontade e seus encontros com o jovem marinheiro, que lhe oferece a fuga perfeita de uma existência sem cor.
O conto gira em torno das ponderações de Eveline, os prós e os contras dessa escolha que precisa ser feita, e o medo da impossibilidade de se voltar atrás. Sua escolha não deixa de ser surpreendente.
"Havia concordado em partir, em deixar seu lar. Seria sensato? Tentou pesar os prós e os contras de sua decisão. Bem ou mal, tinha em casa abrigo e comida. vivia entre pessoas que sempre conhecera. Precisava, é claro, trabalhar pesado em casa e no emprego. Que diriam na loja ao saberem que fugira com um homem? Que era uma tola, talvez, e preencheriam a vaga publicando um anúncio no jornal."
(p. 18)
"Levantou-se num súbito impulso de terror. Fugir! Frank a salvaria. Iria lhe dar uma vida, talvez também amor. Queria viver. Por que haveria de ser infeliz? Tinha direito à felicidade. Frank ia envolvê-la em seus braços, protegê-la. Ele a salvaria."
(p. 21)
Onde encontrar Eveline: Dublinenses (James Joyce)
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