CONTO #23: Kótin, O Provedor e Platonida (Nikolai Leskov)

         


       Publicado pela primeira vez em 1867 como digressão e parte integrante da novela Os que esperam o borbulhar das águas: crônicas romanescas, e mais tarde reelaborado e publicado separadamente, Kótin, O Provedor e Platonida, apesar do título enganar num primeiro momento, nos conta a história de dois personagens principais (Kótin torna-se O Provedor), que sofrem desgostos terríveis, mas escolhem o caminho da virtude.
          Kótin (Konstantin Pizónski) fora criado como menina pela mãe, que num dado momento se vê obrigada a buscar refúgio num convento. Só bem mais tarde se descobre menino, e essa confusão sexual em nada mais parece interferir em sua vida, a não ser pelo "amor materno" que Kótin sentirá por duas orfãs que acaba adotando. Os três levam uma vida miserável, mas Kótin, que, conforme dito, escolhe o caminho da virtude, é reconhecido pelo povo como um grande homem, e chega a ser considerado indispensável em sua cidade.
          Já Platonida é uma mulher muito bonita, casada, e que mora na mesma casa com o cunhado e seu sogro. É assediada pelo cunhado, que aparentemente sente um amor genuíno pela esposa do irmão. Mais tarde, Platonida se verá vítima de abuso por parte do sogro, também, e dará um jeito de seguir seu caminho.
          As histórias de Platonida e Kótin se entrelaçarão nessa história contada com um quê de conto de fadas, por um narrador que nos mostra tantas vicissitudes da vida humana de forma bem humorada e por vezes, cômica.

"É bem sabido que nunca e a ninguém uma mulher é capaz de revelar simpatia mais generosa
e melhores serviços do que a quem, casualmente, torna-se testemunha de alguma fraqueza do seu coração. Platonida Andrêievna confirmou a verdade absoluta dessa afirmação(...)"
(p. 29)

"Pizónski talvez já devesse tomar cuidado para não despertar contra si a inveja e a maledicência, mas ele se comportava com quietude e retidão e, sem se ufanar dos próprios êxitos, não  despertava inveja de ninguém."
(p. 35)

Ë assim, Pizónski se ergueu, sem apadrinhamento e sem proteção, e era
ele próprio quem protegia aquilo que
deve ser protegido: a infância."
(p. 41)

Onde encontrar Kóyin, O Provedor e Platonida: A Fraude e Outras Histórias (Nikolai Leskov)



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