“Meus filhos terão computadores, mas antes terão livros.” - Bill Gates
Sempre
acreditei que a leitura me redimisse. De meus maiores defeitos e de minhas
maiores virtudes. Sempre entendi que nunca ficaria sozinho se tivesse um livro comigo. Cheguei até a música e depois escolhi a guitarra, guiado pela
literatura. Quem me deu a mão para atravessar a rua e apreciar o cinema da
esquina, foram os livros. Sempre os livros.
As
influências, todas elas, foram amealhadas com as pálpebras cansadas, muitas
vezes em madrugadas insones. As melhores, pois destas me recordo. É claro que
meus pais me deram dicas, apontaram o que ler, sussurraram quais seriam os
cavalos azarões. Nesse sentido, tive muita sorte. Mas eles também foram
influenciados pelos livros que leram. São herdeiros, assim como eu.
Estudei
em colégio semi-interno tradicional, exigente à beça. Por lá a leitura se impunha como um
chicote e em casa, ele não estalava mais brando no que tange ao português correto
ou à nossa escorregadia gramática latina. Me interessei pelos livros antes de
me interessar pelas meninas e depois que me interessei pelas meninas, não me
desinteressei pelos livros.
Filho
de professores de português e literatura, que por sua vez foram filhos de gente
que tinha menos do que eles, vislumbraram, antes mesmo de minha concepção, que
uma coisa eu teria de melhor. A educação acadêmica.
Nisso,
seu rebento não ficaria nada a dever aos “Rockfellers tupiniquins”, em seus
nababescos carros de milhares de reais, que param em sinais onde se vende balinhas baratas, retiradas de caixas de papelão amarrotado, oferecidas por
funâmbulos esquecidos, mais magros do que o espesso vidro à prova de balas que seus cabisbaixos olhos ictéricos não conseguem atravessar.
Essa
seria a crase sanguínea de um projeto de vida transcendental. Poderia faltar
tudo, menos a melhor formação. Sempre acreditaram nisso. Cegamente. Do alto da
pilha de provas a corrigir, me olhavam deitado no sofá, muito pequeno ainda,
lendo as revistinhas em quadrinhos, que alegremente me compravam em bancas de
ruas.
Minha
mãe me diz, divertida, que eu tinha basicamente três desejos quando criança:
segurar na barra do teto do ônibus, ter bigode e ser jornaleiro. Não demorou
para que conseguisse relar na parte mais alta do coletivo, mas nunca deixei o
bigode crescer e nunca mais me veio à cabeça, a ideia de ter uma banca de
jornais e revistas.
Era
criança. Mas, à minha maneira, mesmo que inconscientemente, expressava o utópico desejo de viver cercado de gibis e figurinhas. Cercado de informação,
de sonhos, de celulose.
Me
recordo claramente de, no dia do professor, meus pais voltarem carregados de
presentes, brindes e cartinhas, com afetos e afagos para a alma. Percebia
aquilo e, ainda muito jovem, achava que eram para mim. Saltava logo quando a porta da
sala se abria. Pensava aquilo porque nasci exatamente no dia do Mestre, 15 de
outubro. Meus pais, como professores de português, foram inapelavelmente matemáticos.
Que cálculo perfeito. Professores com um filho vindo ao mundo justo no dia da
profissão que escolheram.
Imagino
que isso, em algum momento, lhes colocou um sorriso no rosto. Mas, à revelia de
tal loteria, nunca entendi porque jamais me perguntaram se gostaria de ser um
professor. Logo eu, que desde as fraldas, perambulava por salas de professores
e sentia o cheiro do café na garrafa térmica pousada ao lado do pote com
biscoitos. Eu que olhava os boletins, diários de classes empilhados pelos
cômodos, que compreendia os fim de semana coalhados de discussões ortográficas
e piadinhas internas de timbre acadêmico.
Meus
pais, antes de se apaixonarem um pelo outro, se apaixonaram pelo magistério e
pela literatura. De certa maneira foi isso que também os uniu, antes mesmo do
primeiro beijo. As mãos sujas de giz e de tinta de caneta, vieram antes da
aliança.
Mas
ainda assim, não quiseram o mesmo destino para o filho. Pelo menos não houve a
declamação do desejo comunado com o comezinho incentivo. Por quê? Durante um
tempo, não entendi.
Hoje
é tudo cristalino. Porque os pais, via de regra, querem para os filhos uma
vida mais branda do que tiveram. Porque ao longo de suas próprias vidas trabalharam como
escravos. Porque hoje, aos setenta, ainda o fazem. Porque perceberam que
vivemos em um país onde a educação é tratada como secundária, à revelia da
malandragem, da corrupção e do jeitinho. Porque viram que apesar do esforço
espartano, pouca coisa mudou ou melhorou para seus pares. Porque conhecem a
profissão e sabem que professor não se aposenta, apenas morre. Foi por isso.
Nos
encontramos em uma nação onde o dinheiro, independente da forma como seja obtido,
determina padrão, não só o de vida, mas o de valor moral. Que mundo
estúpido. Que merda de realidade. Quanta distorção.
Semana
passada vi um vídeo da Patrícia Pirota onde ela comenta que chega a trabalhar
vinte horas por dia. E na esteira dessa assertiva, se desculpa porque não tem conseguido responder a comentários ou
postar com mais frequência, vez que o exíguo tempo que lhe resta é para dormir. Aquilo me fez mal. E pior, como ela ousa se
desculpar? Se desculpar por que? Por ser uma heroína e depois de trabalhar como um burro de
carga ainda difundir cultura e informação? Me desculpe VOCÊ,
dona Patrícia, mas não aceito suas desculpas.
Com
a Tatiana não é diferente, garanto. E quem acha que sou suspeito para falar,
paciência. Ônibus, aulas, ônibus, correção de provas, algumas horas de sono. Canso
de vê-la gravar vídeos de madrugada, de rosto ainda inchado, para nos contar sobre os livros que leu. Sim, porque se não for isso, não sei onde verei tal
programação. Alguém aí poderia me dizer onde, na grade de alguma grande
emissora, acessível para o público, existe um programa dedicado a falar de algo
tão importante quanto livros, em um país com a educação fodida até os fios de
cabelo? Alguém? Não? Ninguém se habilita? Dou-lhe uma, duas, três...
Esse
cotidiano não é novidade para mim. Vi isso a minha vida inteira. A remuneração,
pateticamente nefasta, é apenas o reflexo da política cultural e acadêmica de
nosso país, que desde o golpe de 64, vem sendo repetidamente vilipendiada. Já perguntei
antes e pergunto de novo: a quem interessa isto?
Educação
capenga, profissionais da área insatisfeitos e política educacional raquítica.
E toma de Copa. E toma de Olimpíada. E toma de Carnaval. E toma de novela da
Globo. E toma no cu!
É
claro que meus pais não quereriam isso para o filho. Por que haveriam de querer? Apesar do
amor ao magistério, da paixão pelo ensino e pelos alunos (alunos que aliás, pasmem; hoje são capazes das piores indelicadezas e escatologias em
sala de aula), não acalentaram o desejo de que a própria prole seguisse a mesma
estrada.
Me
tornei advogado sem nunca amar a profissão e, apesar dos revezes e neuras
pertinentes à tal labuta, penso que o caminho foi menos árduo. Isso não se deve
ao mérito de alguém ou ao demérito de outrem, mas sim ao fato precípuo de que o
magistério com seus corolários, faz muito tempo, deixou de ser valorizado em
uma terra onde analfabetos funcionais são deputados, senadores e até
presidentes. Houve um projeto para isso, entendem? Fica fácil de controlar.
Mas
no que concerne a mim não houve jeito, pois o tigre não muda suas listras. A advocacia aos poucos fica para trás
e a literatura, em todas as suas matizes, vai retornando. A leitura sem o
cabresto de “tecnicalidades” ou dirigida ao fito de lucro, coloca, enfim, a
cabeça para fora da água, depois de tanto hibernar. Existe um coeficiente de poesia nisso tudo.
Ademais,
que espetacular ironia. Me casei com uma professora cuja paixão é falar de livros.
O quão legal é isso? Que resgate interessante. Tá, e Freud que se foda, que vá
dar mais uma "cafungada" dentro de seu caixão...
E como
eu SEI que a literatura vai vencer? É simples. Por dois motivos. Porque não há
outro caminho, não há outra fórmula ou atalho. Porque não existe “back up plan”
onde a leitura não esteja inserida. Não pode haver. Não um que dê certo. Nenhuma
nação se ergue sem conhecimento e ele está, primariamente, nos livros, mesmo
que esses livros sejam disponibilizados em fontes difusas, como a internet e
afins.
Mas a
literatura vai prevalecer sobretudo e principalmente, porque ela é invencível. Não
há mal que a política social ou educacional que aqueles “pau no cu” façam lá em
Brasília, que impeça a mim, a uma criança ou um a novo leitor desavisado, de
abrir um livro e se conectar com uma cidadania ferida, ou parir um pensamento subversivo
à essa mesmice de folhetim que impera hodiernamente. Não há lei filha da puta que previna a
conexão sináptica que envia uma nova ideia oriunda de palavras escritas em
um papel, por sei lá quem, em um local sem importância, em um dia qualquer.
A escrita
é o último bastião de pureza nesse mundo. Não existem correntes entre a mão e a
pena. É possível se escrever no papel que embrulhou o peixe no dia anterior com
um “cotoco” de grafite. E basta isso para fazer o estrago. A história mostra.
Eu
sei, pode-se censurar a publicação, pode-se desacreditar o autor, pode-se
quebrar os dedos, pode-se viciar a mensagem. Mas não adianta. Já tentaram isso.
Não funcionou. Talvez durante algum tempo, mas não para sempre.
Se
emburrece a população, se paga mal ao professor, ao difusor da mensagem, se
estupra a literatura em “50 tons”, mas ela é indestrutível. Sua natureza é
simples e ao mesmo tempo sofisticada. Sempre haverá Tatianas, Patrícias,
Julianas e outras tantas professoras e educadores que, ao arrepio do quanto
apanhem e de quantas horas trabalhem, vão empurrar a pilha de redações para o
lado por alguns minutos e confessar que não há nada melhor do que ler. É
realmente uma pena que a política trabalhe contra a cultura e contra a educação
e, por via oblíqua, contra a literatura. Mas querem saber? Azar da política.
Pessoas
lerão nos ônibus e nos pontos de ônibus, no metrô, na ante sala do médico, na
fila do banco, aonde for. Não há política que impeça isso. Ela vem há muitos
anos lutando para que isso aconteça e não deu certo. Uma hora o jogo vira.
Posso não estar vivo para ver e provavelmente não estarei. Mas é uma questão
evolutiva. Inteligência contra burrice, conhecimento versus ignorância. Não
vejo os nossos primos primatas dominando o mundo fora da obra de Pierre Boulle.
Provavelmente
ainda bebê, fui afetado pelo cheiro do papel. Mesmo quando ainda o rasgava, ao
invés de buscar significado para o que nele estava contido. E hoje, toda vez
que abro um livro, mesmo os velhos, aquele odor que impregnava minhas narinas, novamente
me catapulta a grandes momentos de minha breve existência.
Me
recordo então de viagens impossíveis, de personagens espetaculares, de
descobertas fascinantes. Me lembro de desfiladeiros transpostos com um salto apenas, de
beijos em princesas, de lutas de espada e de comandar naves espaciais nunca
construídas fora do papel. Em “fast foward”, dentro de minha mente, viro velozmente
as mesmas páginas que me deram consolo e companhia quando foi preciso. Que me
encheram o coração de amor e aventura em um domingo à tarde. Que me fizeram ser
o que sou hoje, porque também somos o que lemos.
É
por isso meus caros, que a literatura prevalecerá. Porque é irrefreável. Porque
dentro nós cabem todas as palavras que um dia lemos e que, combinadas, nos
entregaram, silenciosas, muito mais do que jamais pedimos e do que jamais
sonhamos. A literatura vencerá, porque eu quero que vença. A literatura vencerá
porque ela de fato, nunca perdeu. Quem perde sempre, somos nós.
Belíssimo! Parabéns pelo texto e por essa clareza de perceber que não importa o que aconteça, os livros estarão sempre presentes para quem quiser desfrutá-los :)
ResponderExcluirObrigado Júlia! Grande abç...
ExcluirÉ horrível passar 5 HORAS por dia como Aluna sentada em uma sala de aula aonde os professores não podem trabalhar porque os "alunos" não colaboram. Sei que o ensino público é uma merda, mas boa parte da "falta de qualidade" é culpa de 50% dos alunos. Já vi cena em que uma professora começou a chorar e se retirou da sala, porque ela não tinha mais o que fazer... gritar não resolveu...ocorrência não resolveu...lidar com gente ignorante que não tem a mínima noção do que é respeito é complicado. O pior é que os pais das criaturas agem igual ou pior que os filhos. Se nem o pai do infeliz resolve, como é que o professor vai resolver? (Que eu saiba professor não é babá e não tem a obrigação de educar ninguém)...E pessoas de 14 anos já sabem o que estão fazendo...
ResponderExcluirAnne, escrevi um texto que aborda exatamente isso que você escreveu. Se chama "Educação, afeto e paternidade". Se interessar, dá um procurada. Aliás, tem até um vídeo no canal da Tati, onde o texto é narrado.
ExcluirGrande abç.
É verdade Anne.
ExcluirParabéns pelo desabafo que também sinto.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Nanci LG
Obrigado Nanci, outro abç!
ExcluirConcordo com tudo, sem tirar nem por. A literatura sempre vai reinar. E que bom que existem pessoas como a Tati e a Patrícia que, mesmo com todos os percalços, ainda conseguem dar os seus melhores em prol de um ideal.
ResponderExcluirParabéns (:
Pois é, vivemos em um país onde temos que contar com o esforço individual de umas poucas pessoas para a divulgação e o incentivo de conteúdo de qualidade. 1abç.
ExcluirFalou tudo, sabe?
ResponderExcluirMe fez refletir sobre como a leitura me moldou como pessoa e como o conhecimento e as idéias adquiridas através dela estão, agora irrevogavelmente, atrelados à minha personalidade.
Desde o começo turbulento com 7 anos, lendo "Os miseráveis" aos trancos e barrancos com um dicionário do lado (e gostando tanto a ponto de repetir essa leitura um zilhão de vezes ao longo da vida), passando pela fase nietzschiana, e descobrindo que havia mais para minhas questões religiosas do que as respostas vagas da minha mãe, a descoberta do maravilhoso mundo de Simone de Beauvoir e até a educação sexual mais inadequada com Bukowski e Henry Miller, a leitura sempre me falou muito sobre o mundo e me levou a todos os lugares que eu já quis conhecer, mas me mostrou também muito sobre mim mesma e me separar disso parece inconcebível a essa altura do campeonato.
Então continue assim Danika. A literatura nunca te deixou na mão e nem irá. 1abç.
ExcluirMuito bom o texto, parabéns. Se expressou muito bem, porque, claro, a literatura sempre vence.
ResponderExcluirValeu Carlos, Grande abç!
ExcluirO QUE MAIS PODERIA EU DIZER A NÃO SER BELÍSSIMA OBRA, MAIS UM PONTO HPX!!
ResponderExcluirValeu "modafuka", rs!
ExcluirDecerto que não há nada melhor do que ler. Sobretudo não há nada melhor do que ler textos como este.
ResponderExcluirO rebento de vocês em nada deverá ao mundo literário, estou certa disso! ;)
Grande Juliana Gervason, parte integrante da Santíssima Trindade. Pois é, por isso é que por vezes vocês tem que caminhar a Via Crucis, né? Vida de professor...
ExcluirMe identifiquei demais com o texto como um todo, sou filha de professores e sempre me foi sugerido delicadamente, que eu tinha que ir além deles(rsss). Leitora compusiva desde o nascimento(acho), tive também dois avós que me ajudaram muito, um me dando livros e outro me direcionando nas leituras. Descobri, conforme os anos passavam(tenho hoje 53 anos), e a vida ia seguindo, o quão abençoada eu fui com tudo e todos ao meu redor.
ResponderExcluirE graças a isso tudo, e a tudo que a vida me deu, cheguei aqui, e li esse texto belíssimo, obrigada de coração por colocar em palavras, o que eu não conseguiria.
Abraços
Obrigada a voce pelo comentário gentil. Fico feliz por ter apreciado o texto. Grande abç.
ExcluirParabéns pelo texto fantástico!
ResponderExcluirOs livros e o conhecimento contido em suas palavras realmente são eternos!
Valeu Stela, que bom que curtiu a mensagem. 1abç.
ExcluirDizem que a ignorância é fonte de felicidade, não sei, talvez. Hoje discuti com um aluno sobre política, fiquei frustrada ao vê-lo criticar-me por ser tão interessada no assunto e ao notar sua dificuldade em estabelecer relação entre a sua vidinha medíocre, o estado de calamidade em que o país se encontra e o desinteresse pela política, bem como o desinteresse pela leitura, ora, mas não é óbvio que tudo isto esteja interligado? Para ele e grande parte da população, não. Escuto diariamente "Não gosto de leitura, nem de política, mas gosto de futebol e novela", como se dissessem " Não gosto de brócolis, nem de agrião, mas gosto de arroz e feijão"! Pois é, a novela e o futebol são o arroz e feijão da nossa sociedade, que acha super normal as atrocidades divulgadas em uma novela do mesmo modo em que um trabalhador tenha que trabalhar uma vida inteira. sem que consiga ganhar o que ganha um jogador de futebol em um ano. É uma realidade triste, mas, talvez eu ainda não tenha desistido de minha carreira como educadora, por, lá no fundo, bem profundo do meu ser, ainda acreditar que essa situação possa mudar, mesmo que em um futuro distante.
ResponderExcluirPois é Marília, eu escrevi um texto que fala exatamente sobre isso. Está aqui no blog com o nome de "Educação, afeto e paternidade". Tem um vídeo no canal da Tati onde o texto é narrado.
ExcluirA verdade existe uma "anestesia" disseminada entre a população através da mídia e da religião, que coloca as pessoas no lugar desejado para serem manipuladas. Os conceitos e valores são torcidos até ficarem maleáveis ao feitio de quem interessa. Fazer o quê, né? Só resta manifestar a nossa opinião de forma fundamentada. 1abç.
Sem palavras! Ou... mil palavras de admiração! rs
ResponderExcluirParabéns! Compartilhando correndo esse incrível texto!!!
Abç
Rs, que legal que gostou! Grande abç para vc!
ExcluirE no final do texto, fiquei com lágrimas nos olhos...
ResponderExcluirNão sou filha de professores e uma professora foi quem me deu o pontapé inicial para a literatura. Depois disso, meus pais só apenas trataram de alimentar o vício comprando mais livros de diversos temas...
Uma parte, agradeço a minha mãe por ter me ensinado hoje algo que falta: respeito. Aos professores, aos idosos, as pessoas. Então, sempre respeitei meus professores. Fui o tipo que mandava cartas, parabenizava e que puxava papo com a professora no fim do dia. Creio que foi por isso que me emocionei, me vi nesse depoimento.
Ainda bem que existe Tatianas, Julianas, Patrícias e muitas outras pessoas que ainda acreditam na literatura, no ensino e espalham conteúdo por aí. Chega a dar uma leveza na alma, faz com que eu acredite um pouco no futuro.
PS: Nunca comentei aqui, mas sempre acompanho seus textos. Você e a Tatiana são um belíssimo casal. Não o conheço e não preciso, pelas palavras da pra perceber. Tenho um carinho por vocês, embora não saibam. (e agora sabem, rs)
Felicidades e um abraço, HP!
Rs, muito obrigado pelas palavras tão carinhosas. Que bom que vc se identificou com o texto e que ele tenha te feito tão bem. 1grande abç.
ExcluirNossa seu texto foi lindo, me emocionei, pois sei bem com é, tenho 18 anos e sou aluna do curso de pedagogia da USP.Neste país tem que se fazer as coisas por amor e esperança, como minha mãe diz "nascer para isso", se não fosse assim já teria desistido.Vou levar seu textos para o pessoal lá da minha turma da faculdade lerem também.
ResponderExcluirNossa adorei seu texto, e sei muito bem do que você está falando, tenho 18 anos e sou aluna do curso de Pedagogia da USP, quando falo isso para as pessoas elas me olham com cara de que não vale nada ou não vale a pena.Neste país tem que se fazer por amor e esperança.
ResponderExcluirVou levar seu texto para minha turma da faculdade ler!
Nossa, que texto espetacular. Como diria Tatiana, SENSACIONAL!
ResponderExcluirParabéns!
Obrigada.
ResponderExcluirSeu texto é como se fosse minha voz.
Estou cansada de idolatria ao futebol e a novela...
Descaso com a educação, falta de respeito aos Professores, desvalorização da literatura...
Um abraço para você e para a Tati
Puxa para quem ama literatura como nós, esse texto chega a ser comovente...
ResponderExcluirComo já refleti cá com meus botões sobre isso, a gente pode não estar vivos pra ver, mas com certeza chegará o dia em que muito mais pessoas descobrirão a literatura (livros) e ninguém mais poderá segurar.
Hoje sou mais feliz pois tem apenas uns dois anos mais ou menos que descobri os canais literários e os blogs literários, antes, me sentia triste de ler e não ter com quem partilhar...
Acredito que seja reciproco p/ as meninas, que derivam prazer em dividir, mas concordo com vc me sinto mal quando elas se desculpam por não postar. Ainda mais como vc colocou têm uma profissão tão sacrificante.
Queria muito que esse seu texto estivesse em mais meios de comunicação, ou seja, que mais pessoas lessem.
Como sinto "revolta" se assim se pode chamar o que você sente e eu sinto e muitos como nós, de não ver nenhum incentivo a cultura, de uma emissora grande dessas não disponibilizar horários para programações sobre livros...
Enfim, obrigada pelo seu texto e compartilho dos mesmos sentimentos.
Abç
CM
Garoto... olha, fiquei emocionada com o texto, de verdade! Também sou filha de professores e cresci nesse meio... mas numa época onde mesmo na escola pública, o hino nacional era cantado 3 vezes por semana com a mão no peito! Onde os alunos estudavam de manhã e voltavam à escola a tarde para ajudar com esportes, com a biblioteca ou com a horta. Onde os alunos tratavam os professores com respeito e os chamavam de Sr e Sra. Comparar a minha escola pública de "nem tão antigamente assim" com a escola pública atual foi bem impactante...
ResponderExcluirPorém, mais impactante ainda foi acordar hoje com a notícia no jornal de que os professores de Juazeiro tiveram seus salários reduzidos em 40% para cortar os gastos da cidade. Agora, um professor graduado vai ganhar 900 reais. Ah! O projeto de lei foi aprovado por vereadores que "trabalham" 2 vezes por semana e ganham 10k por mês! Vontade de vomitar e sumir do mundo...
Bom, enjoos a parte, apesar de não ser professora, compartilho do mesmo cansaço diário da Mestra Patrícia Pirota e acordo 5 horas da manhã para gravar vídeos! E às vezes, quando o relógio desperta, me pergunto se vale a pena mesmo levantar da cama. Lendo o seu texto, tive certeza de vale a pena sim! Sempre!
Obrigada, garoto!! Apesar de tanta notícia ruim, vc tem o dom de alegrar o meu dia! ;) Isa - LidoLendo.
No futuro, haverá um grande banco de dados disponível com livros digitalizados.
ResponderExcluirLer ainda é o melhor remédio contra a burrice.
Parabéns pelo texto.
Acompanho seus textos, assim como o canal da Tatiana, me emocionei muito com seu texto, primeiro porque sou apaixonado por literatura e depois porque eu queria ter estudado letras/literatura, mas estudei Direito, pois fui extremamente influenciado por meus pais que não queriam um filho professor. Parabéns pelo texto.
ResponderExcluirÓtimo texto! De uma clareza irrefutável!
ResponderExcluirParabéns!