Desde
que me dou por gente, sempre gostei de coisas boas. Quando eu digo boas, I mean “reeeaally” good stuff.
Muito cedo fui catapultado a um universo de uma certa sofisticação, inclusive
estética.
Ainda
bem novo já apreciava arte, moda, tecnologia, gastronomia e sempre quis viajar. Claro
que existem aquelas predileções especialmente pessoais, idissiocráticas e que possuem arrimo em algo mais
subjetivo, inconsciente talvez. Garotas de óculos, por exemplo. Nunca soube
explicar bem esse fetiche, assim como minha fixação por mãos bonitas.
Se
já gostava cedo, "desejava" cedo. O desejo me parece que começa com a visão ou com a antevisão do
objeto. Viu, fodeu. Apesar de ter devorado o meu Freud logo quando comprei, não
sou especialista, não tenho a menor competência para me aprofundar e abordar as
patologias, como a obsessão. Mas que o desejo é um ambiente perigoso,
escorregadio e tênue, isso é.
No
entanto parece que com a pressão social, a mídia implacável e jovens que
“experimentam a vida” cada vez mais cedo, certas coisas tem ficado esquecidas
e, muitas vezes, ocorre uma confusão em nossas cabecinhas. Isso não é raro e
muito menos absurdo, face ao mundo hodierno.
A
distinção entre desejo e necessidade aparece em destaque nessa seara. Para não
parecer o “pica das galáxias”, vou me colocar na berlinda e fazer o “mea culpa". Mesmo
podendo me considerar um cara vivido, quantas vezes já caí nessa armadilha.
Desde o consumo imbecil até o imperdoável sacrilégio de perder de minhas vistas, o prazer das "pequenas grandes" coisas da vida.
Já
disseram que “as piores coisas o dinheiro não resolve e as melhores ele
não compra”. É claro que isso não impende uma interpretação rígida. Quando se
fica doente é importante o acesso a tratamento de qualidade. Para isso é
preciso dinheiro. Comida não é de graça, moradia não cai do céu. Mas
notem...isso não é desejo. É necessidade.
Sendo
assim, a assertiva faz sentido. Quem curte o primeiro gole no chope gelado, um gol
de seu time no último minuto ou finalmente assistir aquele filme que você tanto
esperava, sabe a que me refiro. Isso custa pouco ou nada. Mágica pura.
Durante
muito tempo eu esqueci tais coisas e não distingui mais essa dicotomia entre o
que se precisa e o que se quer. Em minha adolescência, lia compulsivamente. De
tudo. Dos clássicos ao papel que embrulhava o peixe. Depois o ritmo diminuiu
consideravelmente. A literatura pendeu para o direito e era obrigatória. E tudo que é obrigatório, se torna entediante. Do entediante para o insuportável
a viagem é curta. A consequência é que até meu hobby predileto, que era a leitura, agora precisa ser resgatado e isso é meio que deprimente, pelo menos para "moi".
O
que é relevante dizer é que, por motivos estúpidos, comungados
com a vida, que é uma “beeeaaaatch”, muitas vezes perdemos o foco. Depois para recuperar é um "parto de ostra".
Criamos
expectativas exageradas, desejos impossíveis, ilusões irremediáveis. Dá para
ficar muito doente com isso. E o pior, a solução muitas vezes estava ali...bem a seu lado.
Era só puxar o volante um pouquinho que o carro entrava na vaga.
Darei um exemplo real mas omitirei os nomes e alguns detalhes para preservar a
pessoa. Esse amigo sempre teve uma vida muito suada e, com muito custo, conseguiu comprar uma franquia de uma determinada conhecida empresa do ramo
alimentício. Trabalhava muito com a esposa e encontrava seu tempinho para
dedicar aos dois filhos.
Comprou um pequeno mas confortável apartamento, carro para ele e carro para ela. A vida melhorou.
Pode colocar seus rebentos em um colégio melhor e, de vez em quando, se dar ao
luxo de fazer uma viagem, comprar os “imprescindíveis” supérfluos ou qualquer outra extravagância boba. Life was good
in paradise...
De
comum acordo com a esposa decidiram que precisavam de um apartamento melhor. Carros melhores, mais de tudo. Fizeram seu “tour de force” e adquiriram uma segunda loja da franquia. Agora trabalhavam separados. Cada um em uma loja. Muitas horas. Nos feriados e
fins de semana. Os filhos, é claro, precisavam compreender. Papai e mamãe só
queriam o melhor para eles.
Tanto
fizeram que compraram uma boa cobertura e carros luxuosos. Yeeeeayyy!!!! Mas algo aconteceu.
A relação deu uma esfriada. Natural, né? Acontece com todos.
O
tempo passa e o negócio vai bem. Mais exigências, maior investimento de tempo e de dinheiro se faz mister. O lazer fica totalmente relegado. Isso também era esperado. Já pensam em outra terceira loja, o negócio
é expandir.
Corta para Hp sonhando. O
telefone toca abruptamente no meio da noite e acordo sobressaltado, com vontade de matar um. Para quem
odeia telefone (odeio pacas) e tem pais idosos, sabe como isso é
foda.
Era
o tal amigo. Ia se separar. Deixei o cara falar. Já aprendi, até por força do trabalho com o direito de família, que nessas horas o sujeito PRECISA contar a
história triste. E ele estava triste, viu?
Para
minha surpresa, o que disse foi totalmente distinto do que habitualmente ouvi como advogado
ou sequer como ombro amigo em inúmeras oportunidades de minha vida. Ao invés de
reclamar da esposa, do cotidiano, da puta que o pariu, optou por reclamar de si
mesmo. Puxou a responsabilidade. Não para ser fodão, não para bater no peito e
mostrar que era homem com H. Mas por absoluta clarividência.
Me
perguntou então: “Para quê?”
E
continuou: “sabe qual é o maior erro que podemos cometer na vida? Perder o
foco."
Percebi de cara onde ele queria chegar. Daí para frente foi fácil. Basicamente se
questionou sobre seus objetivos originais e fundamentais e como se perdeu deles.
“Me
diga Hp? Honestamente? Eu precisava trocar de carro todo ano? Será que eu
realmente precisava de uma cobertura? Fiquei sem realmente dar a meu filho mais velho,
que hoje é distante de mim, a atenção devida. O irônico é que ele nunca me
pediu um apartamento melhor, carros melhores, uma vida acima do que ele sempre
teve. Meu casamento desmoronou, eu e minha esposa somos dois estranhos e a responsabilidade é apenas nossa. Se tivéssemos nos apegado ao que sempre planejamos para nossas vidas,
acredito com boa dose de evidências, que isso não teria ocorrido. Agora até a
relação com meus filhos preciso resgatar. Voltar a conhecê-los, pois
cresceram e não presenciei, já não são os mesmos.”
“-Foco
Hp! Perdi o foco...”
Guardei aquilo. Achei
a análise do cara comovente e precisa. Não espalhou merda, não jogou a culpa no
outro, não estava preocupado com quem iria ficar com o galheteiro. Apenas estava
triste. Tinha motivos.
Padrão
é ótimo, mas ao custo do afeto? Da presença? Essa discussão não é fácil e achar
o equilíbrio é difícil “bagaraio”, porque existem muitos fatores a serem
considerados. Mas uma coisa é fato. Desejo não é necessidade. Meu camarada
aprendeu da maneira mais difícil essa importante lição.
Pensando
bem, acho que esse trabalho ingrato de não perder o foco precisa ser aprendido, feito,
renovado, todos os dias. Não há truques ou atalhos, mas se pudesse dar uma
dica, diria para tentarmos separar realidade de ilusão. Me parece que daí para
diferenciar desejo de necessidade, é um pulinho.
Ao
fazermos isso, de quebra aprendemos que problemas reais são doença, desemprego,
morte, coração partido. A luzinha do freio de mão acendendo estranhamente, não
é um problema de fato. O risco no vidro do seu celular, também não. Aquele
livro que você tanto queria e não pode comprar porque estourou o
limite do cartão, muito menos. Essas coisas não são problemas, são ilusões de problemas.
Já
vou me indo porque ando com uma vontade enorme de comer lagosta, beber um bom Shiraz, comprar mais uma guitarra e preciso ver onde essas coisas estão mais em conta. Bom, pensando bem todo mundo anda apertado ultimamente. Então hoje vai de pizza, cerveja e minha velha PRS mesmo.
Para
quê mais? Tenho livros para ler, filmes para ver, músicas para ouvir. Tudo isso
ao lado de uma mulher de óculos. Não foi isso o que sempre desejei desde o
começo?
Foco
Hp! Foco rapaz...
Eu realmente precisava disso.
ResponderExcluirEu realmente preciso me lembrar disso.
Eu tbm me satisfaço com tão pouco, que para mim é mais que suficiente, mas vejo meus colegas de trabalho e outros com aqueles olhares e até ousadamente perguntam"vc ganha bem, pq não troca esse carro, não se muda pro casarão do seu noivo, faz um bom contrato nupcial e larga essa vida?"
Mas essa vida é a que conheço, é a que me deixa no fim da tarde sentar no meio fio com um livro olhando crianças caindo de seus patins e rindo...
Meu foco é ser feliz, mas estão me dizenso que só vou ser feliz se fizer meu doutorado, abrir minha clinica, largar meu emprego e claro, não ter filhos...
Viu porque eu precisava ler isso?
por Jana Tomaisimais
Que bom que te fez bem Jana. Se posso dizer algo é: siga seu caminho. Pese suas necessidades e desejos e diferencie um do outro. Se vc está feliz assim, consegue se manter, está remansosa, então para que mais. Vivemos em uma sociedade onde a ambição é hipervalorizada. Tudo em excesso me parece um rumo ao desacerto. Alguns fazem recomendações porque pegaram um certo caminho e acham que só existe esse. Traçam metas para quem está ao lado, o que é intrusivo e pretensioso. Pergunte sempre o que VC quer. Ouça os outros, é claro, mas quem é importante para ti e quem vc tem confiança. Esqueça o resto...é só o resto.
ResponderExcluir1 abç.
Lindo, HP, lindo!
ResponderExcluirRs, valeu Kika!
ExcluirParabéns HP, belíssimo texto.
ResponderExcluirabraços
Melissa
Obrigado Melissa, que bom que gostou. 1 abç.
ExcluirAdorei. Legal compartilhar isso. É bom para que não percamos o nosso foco também!
ResponderExcluirIsso aí Lílian, abraço para você.
ExcluirNossa que coisa mais linda... Ouvir essa parte "ao lado de uma mulher de óculos" foi um deleite a parte. Afinal que mulher que usa óculos (de grau) não gostaria de receber um elogio desses!!! Parabéns HP :)
ResponderExcluirRs, valeu Ana Paula que bom que curtiu! 1 abç.
ExcluirObrigada HP pelo texto!
ResponderExcluirMuito bom!
De nada Elisa, disponha. 1 abç.
ExcluirOlá!!
ResponderExcluirAdorei o texto... de coração!
Confesso que ultimamente estava até precisando de um "empurrãozinho" para manter a linha. -rs
Beijos,
Samantha Monteiro
Word In My Bag
http://wordinmybag.blogspot.com.br/
Que bom que o texto te serviu! 1 abç.
ExcluirExcelente post! Foco é tudo nesta vida!
ResponderExcluirSem dúvida Danilo, 1 abç.
ExcluirÉ isso, Hp... Foco!
ResponderExcluirMais uma lição pra minha vida.. :)
Adorei o post..
Rs, valeu Eduarda! Parece que tem muita gente dizendo que fez bem ler o texto. Isso é recompensador.
Excluir1 abç.
É o tal ditado, ( Curta a vida porque a vida é curta ) Pra tudo na vida precisa-se encontrar equilíbrio, Eu encontrei o meu, E vocês?
ResponderExcluirTu é fodão irmão, arrebentou no texto.
Valeu Marco, tudo nosso!
ExcluirMuito obrigado pelo texto, não poderia ter vindo em hora mais oportuna.
ResponderExcluirNão sei o que dizer se não agradecê-lo e parabenizá-lo pelo texto e por todos os outros trabalhos desenvolvidos por você na internet. Sou seu novo fã rapaz!
Muito obrigado pela generosidade.
Saudações de Minas Gerais pra você!
Abraço!
Inté!
Quê isso Cássio, disponha brother!
ExcluirGrande abç para você!
Gostei.. sem foco a gente acaba se perdendo por aí.
ResponderExcluirPois é Camila, é interessante ter isso em mente. 1abç.
ExcluirAdoro seus textos HP...
ResponderExcluirSempre me fazem pensar muito e refletir muito....
Adorei que agora você tb escreve para nós no Tiny Little things....
Textos bons são sempre bem vindos....
FOCO....FOCO.. FOCO E NUNCA PERDER MEU FOCO...
Rs, é estamos aí contribuindo. Que legal que gosta dos textos. 1 grande abç.
ExcluirQue coisa mais linda, Hp!
ResponderExcluirMuito obrigada!
Rs, valeu Êmille! Estamos aí dando o nosso recado. Derrubou na área é penalty! 1abç.
ExcluirSeu raciocínio é a mais pura verdade, no fim das contas, com supérfluos ou não ainda somos feitos de carne e osso e precisamos de algo mais.
ResponderExcluirFico feliz por vc redescobrir seu foco!
Acho q estou me tornando fã de seus textos!!!!
Bjs
Valeu Lu, que bom que está gostando. Estamos aí...dando nosso recado.
ExcluirSem querer usar este espaço como o divã do HP, rsrsr... mas confesso que passei a noite em claro tentando pensar a minha vida profissional, que só está começando. O que me deixou doente. E lá fui eu ligar para minha mãe e pedir sua opinião. O que fazer com minha vida depois de seis anos de batalha na universidade, entrando no mestrado e no bacharelado neste ano e precisando ganhar dinheiro para as necessidades. A resposta foi, espera minha filha! Não sei esperar, pq as contas não esperam. Mas compreendo o que minha mãe disse. Eles são pessoas simples mas investiram energias em mim, para que mesmo estando em outro estado eu nunca desista do meu foco, o que chamo de sonhos.
ResponderExcluirAí, me deparo com este texto maravilhoso e me senti melhor.
HP e Tati, vcs são ótimos. Parabéns!!! ;)
Eloisa, na vida precisamos fazer concessões em alguns momentos e por vezes tomaremos atitudes erradas e decisões equivocadas, mas penso que se vc traçou uma meta para sua vida, deve tentar segui-la até o limite do possível. O texto aduz à perda do objetivo precípuo em detrimento de outros secundários que podem trazer sérias consequências no futuro. Isso acontece porque tiramos os olhos do alvo...e aí erramos a pontaria.
Excluir1abç.
Acompanho o trabalho da Tati há tempos e agora estou adorando seguir também os seus textos :)
ResponderExcluirLembrando do seu post anterior (sobre o Papa), eu não consegui deixar de notar o seguinte: nenhuma crença, isoladamente, nos garante que nossa bússola moral funcione corretamente. Se fosse assim, as religiões seriam seguidas apenas por "santos". No fim das contas, aquilo que nos guia, nos dá foco, são nossos VALORES. É tudo aquilo que você realmente estima e julga indispensável. Quando você, HP, escreve um texto como esse, você apenas prova isso.
Obrigada!
Concordo inteiramente com você Gabriella. Apenas faço a ressalva que o religioso, via de regra, utiliza suas crenças como alavanca para suas ações e isso traz consequências. O mundo está coalhado de exemplos disso e a abissal maioria deles é trágico.
Excluir1abç, que bom que está gostando dos textos.
Ótimo texto, HP. Penso da mesma forma. Dinheiro é só um meio de pagar as contas imprescindíveis, os livros e as viagens. O resto é apenas o resto. Tenho certeza que um dia, quando estiver bem idoso e precisar de muito dinheiro para os tratamentos médicos, eu vou olhar para trás e pensar: "putz, por que não guardei dinheiro?". Mas aí vale a lógica beatnik de que se você viver em função dos bens materiais e de acordo com o roteiro formal (métro, boulot, dodo), não terá vivido; seria apenas um espectro vestido de terno e gravata.
ResponderExcluirUm forte abraço para você e para a Tati.
Fernando (Brasília-DF)
É Fernando, acho que o ideal, quando possível é achar um equilíbrio tendo em mente o que é desejo e o que é necessidade. Outro abraço para vc e apareça sempre!
ResponderExcluirTexto excelente, muito bom mesmo. Parabéns!
ResponderExcluirOlha só!
ResponderExcluirConheci o vlog da Tatiana há pouco, e logo na minha primeira visita a este blog, me deparo com um texto desses! Não poderia ser mais oportuno, sabe?
As vezes tenho um lado consumista/egoísta que é quase irrefreável, nunca almejei a riqueza por si só, mas a considero uma consequência natural de uma carreira bem sucedida, especialmente no meu caso ( aspirante a estilista). Ás vezes, manter o foco requer um esforço sobre-humano, não é?
Que bom que sempre haverão amigos, familiares e claro, escritores como você pra nos chamar de volta à realidade e tornar nossa visão menos turva.
Texto lindo, ajudou muito, obrigado.
Valeu Danika. Grande abç.
ExcluirHP onde você fez curso de inglês?
ResponderExcluirNo Bronx, NY. KKKK! Brincadeira, fiz IBEU até o final, mas aprendi mesmo pq morei um tempo em NY, além de ter viajado bastante para os EUA. Fiz o que os professores chamam de "imersão". Uma pena que pelo local onde fiquei na primeira vez(quando desenvolvi de verdade o idioma), a pronúncia não era a mais correta, pois havia muita "realmente" muita influência do espanhol. Então fiquei com algumas perdas nesse "quesito". A Tati me dá uma "consertada" quando eu escorrego.
Excluir1 abç
Lindo texto HP!
ResponderExcluirObrigada por me ajudar a lembrar de que eu ando é mesmo precisando de foco. =)
Abraço, companheiro!
Valeu Patrícia, estamos aí para ajudar no que for possível. Não se cobre tanto, a vida é foda mesmo. Mas como diz o ditado, "nada como um dia após o outro com uma noite no meio".
Excluir1abç.
ótimo post! Sem respostas.
ResponderExcluirMomento para parar e refletir nossas vidas.
Compartilharei!
Valeu Gabrieel, grande abç.
Excluirtu é d+ hp charles
ResponderExcluirExcelente texto Hp, tenho o mesmo pensamento que você sobre necessidade e desejo, e vejo que muitas pessoas se perdem nessa ilusão de "felicidade" que o consumismo traz. Não só o consumismo, mas o vício do trabalho, do querer mais e melhor a qualquer preço. E ainda chamam orgulhosamente isso de "sucesso". Parabéns pelo texto, elucidou um tema super atual e polêmico, rs.
ResponderExcluirAbraços! :)
Ju
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