Não sei
qual é a parcela de pessoas que frequenta esse blog que são vloggers, bloggers
ou desejam um dia ser. Para aqueles que já são, boa parte do que eu vou dizer
nesse texto não será novidade. Será uma mera constatação.
Em
primeiro lugar, dá trabalho. Como qualquer atividade em que se deseja fazer
algo bem feito, há que se dedicar. O mínimo que seja. Bom, se você não quer
fazer bem, basta ligar a câmera e falar qualquer bobagem, que tá valendo. Tem
muita gente que faz isso e é feliz.
Mas
se você quer passar conteúdo com um pouco mais de cuidado, opinião concatenada em fontes e, quem sabe, com um formato mais atraente...aí o bicho pega. É preciso investir não
só intelectualmente como materialmente. Se seu vlog é sobre livros, há que se
ter tempo para realmente lê-los. Sim, a Tati já disse isso em vídeo e infelizmente é uma verdade de meridiana clareza - tem gente que faz o vídeo e não leu. Se
seu negócio é cinema, o mínimo do mínimo é ver o filme com um bom coeficiente de
atenção e seriedade, o que não exclui a adicional leitura de literatura sobre o
assunto.
Aprender
a editar é uma coisa interessante. Não é preciso ser o Spielberg, mas é legal
fazer uma “aberturinha”, fazer uma gracinha qualquer. Os vídeos ganham em
leveza e o canal, bem ou mal, adquire mais identidade, mais tempero. Claro que se o conteúdo for ruim, a melhor das edições não salva.
É
preciso separar um tempinho para responder os comentários. Se você deseja feedback, tem que dar
feedback. Com o crescimento do canal isso se torna cada vez mais difícil. De
fora, eu vejo como está difícil para a Tati, que é uma vlogger que preza por
isso, em responder e acompanhar os comentários. Nada mais natural quando a
proporção de visualizações e inscrições cresce exponencialmente. É humanamente
impossível, depois de um certo tempo, a não ser que se viva para tal atividade,
dar resposta a todos.
Retorno
financeiro não existe. A não ser para “Big Shots” do tipo Cauê Moura, Felipe
Neto ou qualquer coisa nesse parâmetro. Então quem pensa em entrar nessa pelo
“milho”, pode desistir. A merreca dá para comprar um livro para sortear aos assinantes, pagar
um MacDonald`s, ou em um mês ruim, comprar uma coxinha com suco de caju. Mais que isso é lucro. Essa coisa de vlogger ficar rico com Youtube é lenda urbana. Está no mesmo quilate de achar que beber Coca com Mentos mata. Quem dúvida que pegue os valores do Ad Sense e faça as contas.
Bom,
isso só para começar. Não abordei qualidade de câmera, áudio, computador e
outras “cositas” onde, com o tempo, você vai sentir necessidade de investir.
Perceba, você pode criar seu canal com uma Tekpix. Ou apenas fazer um
canal com edição de imagens e voz. Sem problemas. Mas até nisso chega uma hora em que aparece aquela vontade de dar o recado com mais firula ou mais
profissionalismo. Absolutamente natural. É normal querer proporcionar mais conforto para quem assiste.
Viram
como não é tão fácil? Mas não para por aí. Imagine que você sucumbiu ao desejo
de fazer todo esse investimento. Doar seu tempo e dinheiro às expensas de outras
coisas que você poderia estar fazendo. Tudo isso porque acredita piamente que
existe um recado a ser dado, seja lá qual for. Você vai fazer isso na paz de
G-zuis? Claro que não. Existem trolls à espreita. E eles tem fome.
O
troll é uma figura tão imbecil quanto comum. Todo canal que se preza tem que
aprender a conviver com tal espécie. Apesar dos comentários variarem, no fim
das contas é tudo a mesma coisa. Gente com muito tempo nas mãos e pouca coisa
para dizer. Mudam as moscas mas a merda é a mesma.
É
ridículo. O cara faz um vídeo de vinte minutos e tem nego que reclama insistentemente que ele
disse uma expressão em outro idioma que não o português, ou fica se esperneando que foi passada uma informação entre trocentas, que é equivocada ou discutível. Tem gente que reclama que a pronúncia não é a mesma
que o "professô" ensinou. Tem gente que reclama do áudio como se não houvesse um botão de volume ou fones de ouvido. Tem gente que reconhece que o mundo não é perfeito mas pensa que o vídeo tem que ser. Tem gente que entra e deixa apenas um “PQP”. Tem gente
que deixa um imbecil comentário de que não viu o vídeo porque é longo ou larga
o inteligentíssimo “TLDR”(no caso de blogs). Ora, se não viu ou não leu, não
comente porra. Precisa avisar que não leu? É memorando da empresa, por acaso?
Tem
outros que entram, xingam ou fazem um comentário alienígena que não possui a
menor relação com o vídeo em si e somem. Tem trolls que são tão trolls, que são fakes de outros trolls. Tem troll que acha que é crítico, quando de fato...é troll. Esse é o pior.
Tem os trolls fãs
de sagas, que param até de ver malhação para ofender quem criticou obras primas
como Crepúsculo e Hunger Games. Tem os trolls analfabetos funcionais que
“chingam” porque não foram à “iscola”. Tem os raivosos, que entram e dizem que
é tudo culpa do comunismo, do PT, do demônio, da “mulher de branco”, mesmo que
o vlog seja dedicado ao ensino da “Hula”. Respeito mais quem negativa, mesmo que só de implicância. É estúpido, mas pelo menos não enche o saco, não dá "flood" no canal ou no blog.
Não
é fácil, tem gente que se assusta e desiste. Mas com o tempo você aprende a lidar com os burricos. O vlogger tem
que criar uma casca. Isso é condição “sine qua non” ao trampo, em qualquer
ambiente que se labute na internet. Que o sujeito poderia aproveitar o ensejo,
já que entrou no vídeo ou no blog, e aprender alguma coisa só para variar, me
parece cristalino, é o que eu sempre penso. Mas isso sou eu. No entanto faz parte
do negócio. Botou a barraca na feira, vai aparecer tomate podre.
But sometimes there`s a different breed of animal in this jungle. É o troll stalker. É
amiguinhos. O troll stalker, gostou de te trollar. Provou o gosto de seu sangue
e quer mais. “Ah Hp, isso não existe, você tá de sacanagem!”
Então
tá. Vou matar a cobra e mostrar o pau. Caso verídico, ok? Tão verídico que tem
até texto nesse blog, só para a criatura das profundezas do inferno. Quem
duvidar que vá lá e confira.
Eu
juro que aquilo eu nunca tinha visto. Mesmo com um puta background nessa seara,
afinal meu canal é sobre ateísmo e tive que aprender rápido se quisesse
sobreviver. Já estou mais do que acostumado a ser chamado de filho do demônio e
ser avisado que o inferno me espera. É daí para pior. Mas vou contar...stalker
em canal literário eu nunca tinha visto. E naquele nível, com aquela
intensidade e pontualidade? Nunca me passou pela cabeça que existisse. Fuck! É
preciso ser criativo. Odiar quem fala de livros? E esperem! Não foi um canal
só, foram três. A biatch tava com a pomba gira. Yaaaaaaahhhhhuuhauahaua!!!!(sim,
isso foi a risada dela).
A
parada foi a seguinte. Sacam a Annie Wilkes de “Misery”? Pois é, foi nessa
linha. Não sei porque cargas d`água, a doente mental foi ensimesmar logo com a
“Santíssima Trindade” dos vlogs literários. Leia-se Tatiana Feltrin, Patrícia
Pirota e Juliana Gervason. E olha, aquilo foi amor. Não foi de pica porque não
dava para ser. Mas bateu e ficou. Não tinha um dia em que a desgraçada não
deixasse um comentário histriônico, eivado de soberba e cinismo. Ofensas
baratas, comentários inoportunos propalados por quem não fazia melhor. Aliás, é sempre
assim. O troll, via de regra, não tem canal ou seu canal é muito ruim, com
poucos ou nenhum inscrito, até porque masoquismo não é para todos. Mas o
“triunvirato” lerá esse texto e lembrará, com absoluta certeza, da “desvairada da USP”.
Bons momentos, não?
A
menina perturbou, viu? Depois de bloqueada, criou contas fakes (facilmente
desmascaradas, é claro), sendo que em uma delas usou o nome e a personalidade
de um professor da faculdade. Corremos atrás e o cara, é claro, nem sabia de
nada. Aí a personagem pulou da Annie
Wilkes para o Norman Bates. Até o sexo mudou. Troll stalker pesado, possuído. Aquela
menina não “tava pura” não, “tava acompanhada”. Ops...até deixei cair minha
Valise no chão.
Brincava
com a Tati na oportunidade, afirmando que ela queria tanto ser “miguxa” que,
quando desprezada, se fechava em um sótão qualquer, onde colocava um vestido de tule
bem de menininha (mesmo sendo bem adulta) e encarnava seu personagem. Aduzíamos que teria arranjado uma mesinha daquelas de criança,
três bonecas (cada uma representando as vloggers que lhe rejeitaram) e um respectivo jogo de chá minúsculo, daqueles de plástico, onde
todas as tardes perpetuava sua insanidade, em longas conversas sobre Proust. Ela falava e respondia com vozes diferentes. Pensando
bem, depois de passada a chateação, a guria até que nos proporcionou fartos
risos. No que agradecemos prontamente.
Isso
é “water under the bridge” é lógico e a jovem manceba deve estar melhor. Não há
nada que uma boa dose de Haldol com Fenergan não resolva. Mas nunca esqueço a
história, porque acho loucura total. Ilustra bem até onde pode ir a cabeça de
um troll, bem como serve de aviso para os que desejam entrar no mundo dos vlogs
e blogs, por que não?
Por outro lado esse
trabalho traz muitas recompensas, sem dúvidas. É terapêutico até certo ponto. Você
faz alguns amigos. Nem tantos quanto pensa ou deseja. Mas no mundo de hoje, se
fizer um apenas, já valeu. Manda sua mensagem, contribui com conteúdo
diferenciado, pode chutar a bunda da mesmice que impera. Isso é importante
“pacas”. Em um país de néscios, de gente carente por informação direta e com
qualidade, desvinculada de interesses escusos ou viciada pela mídia alienadora,
faz toda a diferença. Eu recomendo. Quanto mais gente que lê, que assiste a
filmes legais, que ouve música com um mínimo de apuro, melhor. Mais dicas, mais
opiniões, mais troca.
Ih
pessoal...tenho que parar por aqui. Acabei de receber o comentário de mais um
troll no canal. Não faz mal. Já vi que ele gosta de vôlei. Ele levanta, eu
bloqueio. E a vida segue.