Por dever de ofício, sempre ouvi reclamações e lamúrias de casais.
Foi mais de uma década como advogado, lidando com direito de família e atuando
meio que como “psicólogo dativo”, nomeado pela natureza das questões e
incidentes que envolvem tais lides.
Acho que meu “jogo de cintura” nessa seara, vem daí. Com o tempo a
gente aprende uma coisa importantíssima no que tange às relações e aos
rompimentos dessas mesmas relações. Aprendemos que existem sempre três versões
para a mesma história: a de um lado, a de outro e a verdadeira.
É um que traiu, é outro que foi desidioso, é mal administração do
dinheiro da casa, é a sogra que aporrinha, é o “exu tranca rua”. No final, dá
no mesmo. Mas a existe um consenso. A culpa é sempre do outro. Isso é fato. Se
lembram do ditado, “filho feio não tem dono”? Pois é...
Que as relações se desgastam, que o dia a dia é inimigo do romance,
que tudo contribui para acabar com o “conto de fadas”, isso é notório. Quem já
teve uma relação que seja, sabe disso.
No entanto, o que me incomoda é ouvir ladainha de quem está mais
sujo do que pau de galinheiro. E acredite, isso não é só do lado das mulheres
não. Sempre tive muitas amigas e sei como a banda toca por lá, mas os homens
também distribuem a sua cota de mi-mi-mi.
As justificativas é que mudam um pouco. Normalmente possuem direção sexual ou
falta de espaço. Já as mulheres, reclamam de atenção e carinho.
Mas a questão não é essa. O problema é que quando termina o enlace,
o outro, com raras exceções, é uma merda. Nunca aguentei ouvir o tal do: “perdi
anos com fulaninho”. É mesmo? Pois tivemos a emenda constitucional que
regulamentou a lei própria do divórcio em 1977.
Sim, eu sei que pelos filhos você tentou. Eu sei que você lutou até
o final para que desse certo. Não estou discutindo isso. Estou discutindo a
partição da responsabilidade pelo “fracasso”, se é que houve. Até porque, após
dez anos de relação, por exemplo, será que podemos dizer que tudo foi um
fiasco? Parece que não. Agora, se para você, relação é o mesmo que filme da
Disney, então o problema é a sua concepção de realidade e não a relação em si.
Dessa forma, não seria mais correto, mais justo e muito mais
importante, reconhecer a sua parcela nesse mesmo “fracasso”? Ora, eram dois na
história, né? Sei, tu acertaste em tudo e outro errou em tudo. Fodão você,
hein? Pra cima de “moi” não! Faz o seguinte então: ouça a outra versão do
conto. Isso mesmo, tente ouvir os argumentos do lado de lá. Você pode se
surpreender.
No entanto, talvez seja mais produtivo, fazer um “mea culpa” para
melhorar na próxima. Nunca é tarde. Dizem que maturidade não é a quantidade de
experiências que tivemos, mas sim o que fazemos com as experiências que
tivemos. Lembro que a definição de loucura é repetir o mesmo comportamento,
esperando um resultado diferente. Tenho um amigo que, aos 40, já está no quarto
casamento. Outro dia ele me disse: “cara, estou me separando novamente. Estou
começando a achar que o problema está em mim”. Pois é, se você não rompe o
ciclo, vai colher a mesma tempestade e os “recamiers” agradecem, afinal
psicanalista também come, né?
Uma coisa que percebi é que quando a coisa aperta, os casais
costumam se esquecer do que os uniu em primeiro lugar. Se esquecem dos beijos
apaixonados, das confissões tímidas, das mãos dadas. O tempo é um filho da puta,
eu reconheço. Mas por que não usá-lo em nosso favor? Por que não lembrar também
que você não escolheu aquela pessoa ao acaso? Que alguma coisa havia e que
ninguém fica tanto tempo com o outro, impunimente. Não estou falando das
prolixas ficadas hodiernas, mas sim daquelas pessoas que passaram em sua vida e
que alteravam seus batimentos cardíacos apenas com um olhar.
Mas como fazer isso? Lembrar dessas coisas é tão difícil nos momentos
de crise, não é mesmo? Não disse que seria fácil, mas acho perfeitamente
possível. Para isso porém, é preciso ser criativo e se comprometer.
Parafraseando Nelson Rodrigues, sem isso você não chupa nem um Chicabom.
Uma coisa que eu e minha noiva desenvolvemos em nossa relação, foi o
hábito de trocarmos, rotineiramente, pequenos filmes com declarações de afeto e
lembranças dos momentos em que passamos juntos. Através desses curtos arquivos,
descobrimos um jeito de renovar nossos desejos, anseios e, de quebra,
lembrarmos um ao outro, o porque de estarmos abraçados nessa viagem.
Claro que temos todos os problemas pertinentes à qualquer relação
afetiva que se encontre aí fora, e eles ainda são agravados pela distância, que
é encardida. Mas ao invés de reclamar e nos desanimar, fazemos o contrário.
Usamos o tempo e a distância a nosso favor, se é que é possível. Da laranja,
fazemos a laranjada.
No começo eram filminhos bem curtinhos, só para dar um oi, mandar um
beijo, dizer que está ali, e que ama. Depois, eu mesmo quis dar uma de
“malandro” e elaborei uma edição legal, fiz uma graça e achei que estivesse
abafando. Que nada, em meu aniversário, recebi um vídeo super simples e que me
botou em meu devido lugar. Não havia música composta para aquilo, não havia
malabarismo de imagens e nem apelo linguístico. Havia apenas uma pequena
coleção de e-mail`s trocados, comentários deixados esporadicamente, linha do
tempo virtual e alguns beijos binários. A “maldita” usou o tempo a seu favor.
Criatividade minha gente, é preciso ter malemolência.
A pergunta que não quer calar é? Será que, se em determinado momento
daquela relação, você tivesse olhado para trás, acertado os ponteiros ou
tivesse uma atitude mais firme ou mais flexível, dependendo da situação, o
desfecho não poderia ter sido diferente?
Percebam, isso não é uma crítica alienada, já estive nesse barco
mais de uma vez, acreditem. A crase sanguínea é: “qual é a minha parcela de culpa
no mingau que desandou”? Melhor, o que fazer para que isso não se repita? É,
porque não mudar e depois botar a cangalha no outro não resolve, e você já deve
ter percebido isso.
Por isso, se você tem a sorte de ter uma pessoa legal a seu lado,
mas de repente anda desanimada(o), sem vontade de cantar uma bela canção, ou
acha que o OUTRO mudou, vá até o espelho. Veja se você também não mudou. Veja
se a sua entrega é a mesma. Note se o seu carinho se mantém. Seja honesto,
justo. Entenda que relações são trocas, via de mão dupla e que, pelo menos 50%
de tudo que diz respeito a elas, tem que ter o seu dedo para funcionar. O resto
é desculpa esfarrapada para contar no cabelereiro ou na pelada com os amigos.
Por derradeiro, lembre que alterando o ângulo e a perspectiva, o que
você está fazendo é exatamente o mesmo que eu faço, quando ligo meu o Imovie
para enviar meus “mp4” com corações de bytes. Está
gravando um filme. Só que é sobre a sua vida e você é o diretor. Você terá
problemas de orçamento, em determinado dia os atores não desempenharão o papel
como você deseja e o tempo, por vezes, não vai ajudar as filmagens. Mais ainda
assim, quem faz os cortes, em última instância, é você. É a sua visão no olho
da câmera que vai decidir o caminho a se tomar. E dependendo da cena que
escolher, você tanto pode ficar uma apenas semaninha no cinema, como pode
ganhar um Oscar.
Hpcharles
E este texto, q li primeiro, me deu boas... respostas (pra não dizer, lições).
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirGostaria de entrar em contato com vc. Vi seus videos no youtube e tb vi que é professora de inglês. Tem algum email que possamos trocar?
Adorei vc menina rs....eu estou tentando aprender ingles meio que online, gostaria de alumas dicas tb rs
bjsss
Ana Paula
Ótimo texto, mais uma vez...
ResponderExcluirAcho que vou ser o primeiro a comentar o texto. As pessoas sofrem tanto porque nós estamos dentro de uma cultura chamada 'amor romântico', que valoriza a monogamia, a fidelidade, que transforma o outro na tábua de salvação de nossas vidas. Isso é cultural e já vem de muitos séculos. A maneira como amamos é fruto dessa construção cultural. Se deixássemos o outro livre e fóssemos livres para dar vazão ao nossos desejos, milhares de problemas seriam resolvidos, inclusive doenças e crimes passionais. A psicanalista e escritora carioca, Regina Navarro Lins, propõe que perguntemos duas coisas: Ele (a) me ama? Ele (a) me deseja? Se a resposta para as duas perguntas for 'sim', o que o parceiro faz quando está longe não é problema nosso. Se tivéssemos essa consciência, seríamos outros! Outra coisa que acho interessante é verdadeiro é o que a antropóloga Helen Fisher disse: "As relações extraconjugais são o triunfo da natureza sobre a cultura". Não é fácil, mas estamos mudando aos poucos.
ResponderExcluirAs pessoas tem que reconhecer que também tem uma parcela de culpa no cartório. Ninguém é 100% culpado em uma relação amorosa. O povo ama se colocar na posição de vítima.
ResponderExcluir.
ulissesn.blogspot.com
Pois é Tati....
ResponderExcluirNão me contive....
Sou chorona por natureza e ao terminar de ler o texto e logo em seguida ver o filme já estava aos prantos...
Obrigada, por involuntariamente, ter colocado isso no seu blog e por ter me feito ler...
Restaura um pouco da fé que eu perdi nas pessoas....Principalmente nos homens e no amor....
Beijos
Muito lindo e inteligente esse texto, concordo com tudo, principalmente na questão de olhar pra si mesmo e não apontar só os erros do companheiro. Um Casal muito inteligente e culto, parabéns pra vocês e com certeza sortudo seja o futuro filho da relação de ambos. Até mais
ResponderExcluirMuito criativo e inteligente o texto, concordo com tudo, principalmente na parte de olhar pra si mesmo e não apontar só os erros do companheiro(a).Parabéns para o casal, sortudo seja o futuro filho dessa relação. Só pra constar Tatiana, você disse em um vídeo seu que poderia estar no pior dos dias, mas se ouvisse a musica " american girl " se sentiria bem por 3 minutos. Comigo é a mesma coisa, só que não escutando a música, e sim vendo seus vídeos ou lendo no blog. Mais uma vez parabéns pra vocês e o texto ficou maravilhoso, parabéns HP. Até mais
ResponderExcluirO vídeo não era pra mim, mas meu peito apertou com palavras tão certeiras e gentis!
ResponderExcluirbjos, Lila
Se eu escrevesse um texto sobre relações, seria muito semelhante a este, só que com mais puxões de orelhas àqueles que pensam que o universo gira em torno do seu umbigo e àquelas que acreditam que "homem nenhum presta, por isso sou eternamente solteira".
ResponderExcluirNo entanto, acho que o autor do texto, perante ao relacionamento dele (envolvimento à distância, sem contato constante e diário, sem filhos, sem rotina diária, despesas conjunta, que possui disponibilidade para criar vídeos românticos porque não pode estar diante da pessoa amada para dizer-lhe pessoalmente olhando nos olhos), se encontra numa forma de catarse, aonde a teoria é muito mais simples que a prática e onde analisar a vida alheia e fazer comparativo com a sua lhe trará vantagens, claro.
Porque quando estamos 'muito bem, obrigada' num relacionamento achamos que temos autonomia para julgar, opinar e aconselhar o outro que não se encontra em uma boa situação sentimental.
Sou "juntada" há 7 anos com uma mesma pessoa, e o considero o ser mais perfeito da face dessa terra, já eu, me considero a mais errada, dou mancada o tempo inteiro e sempre sou perdoada sem nunca pedir perdão, porque ele sabe que ambos estamos de mãos dadas em busca de uma evolução como seres humanos, amamos a essência um do outro, e ao meu ver é isso que nos mantém unidos, a sensibilidade de enxergar lá dentro o que somos, entendermos o interior de cada um, respeitar e admirar, mesmo que tenhamos dezenas de defeitos.
(Ah, se eu não tivesse fraldas para trocar e tivesse tempo para fazer vídeos românticos...)
Se ele tem defeitos, eu desconheço, porque não procuro qualidades nem faço comparativos, aceito-o exatamente do jeito que ele é.
E ainda, todos os dias, me derreto quando vejo os traços do seu rosto, seus olhos, a maneira como ele trata nossos filhos, quando ouço sua voz, quando de repente lembro de algo lindo que ele fez e bate saudade e desejo que ele volte logo pra casa, o jeito que ele me olha... Não somos melosos, não trocamos vídeos nem juras de amor, não dizemos 24h por dia que amamos um ao outro, nós simplesmente confiamos sentimentos um ao outro.
Se eu me deixasse levar pela rotina, pelos problemas externos, pelo meu egoísmo, egocentrismo e falta de sensibilidade, duvido muito que ainda estaríamos juntos.
Percepção e sensibilidade, compreensão e entrega, são elementos importantíssimos (não os únicos, claro), para se manter um bom relacionamento.
Adoro seu blog, Tati. :-*
Cara Eni Miranda
ResponderExcluirRecebi seu comentário e infelizmente não tenho podido responder aos comentários do blog como gostaria. Existe uma certa desidia aí, "mea culpa". Mas, devido ao seu longo post ter sido um tiro muito longe do alvo, se faz "mister" destrincha-lo.
Em primeiro lugar, seu primeiro parágrafo é totalmente contraditório em relação ao resto de seu texto, perceba. Se vc aduz que, "se fosse escrever um texto sobre o assunto ele iria na mesma direção do que esposei", então todo resto de seu texto é antagônico. Isso é de meridiana clareza.
Em segundo lugar, o que você basicamente fez foi criar o que chamamos de "espantalho" ou "homem de palha", ou seja, se remeteu ao que NÃO foi dito, partindo de pressuposições que não foram inferidas. A minha relação e os videos que trocamos dentro dela, são absolutamente incidentais no contexto. São uma ajuda na narrativa, no desenvolvimento. São basicamente uma dica e não alteram a realidade vislumbrada em mais de 20 anos de advocacia na área. Tais observações, são baseadas em FATOS, não em achismos ou opiniões pessoais. As relações se extinguem em 90% dos casos por motivos "financeiros ou de infidelidade" (sexo fora da relação). Quando vc se refere ao cotidiano, ele evidentemente está incluso nesse contexto. Não entender que levei isso em consideração, seria absoluta ingenuidade de sua parte.
Em terceiro lugar, você parte de uma premissa alienígena (lembra do homem de palha?), de que só tive essa relação, quando afirmei justamente o contrário no texto. É justamente por te tido outras, que não há catarse, mas amadurecimento. O que há é a indicação de já errei antes (como todos), e que, persistir, cometendo os mesmos erros, seria burrice. Acho que vc concorda que isso não serve só para mim, não é? Mas para a "humanidade". Isso é primário e não há nada de novo aí.
Em terceiro lugar, você vai mais a fundo, se esquecendo do verdadeiro escopo do texto e se concentrando na MINHA relação, que como disse, é incidental, especificamente nesse texto. Ela só aparece para oferecer uma alternativa pratica, para ser seguida OU NÃO.
Vejamos. Você pretensamente aduz que, em minha relação, o romantismo é decorrente da ausência do cotidiano ordinário. Ora, e como isso seria possível. "Existe a distância e não há filhos", é verdade. Mas e daí? Existem outras coisas. Vou citar uma que normalmente é mortal: A DISTÂNCIA. Sentiu o paradoxo? Só que ao invés de reclamar, usamos isso como combustível e não como extintor, como ocorre na maioria dos casos. Essa é a diferença a ser sugerida. Parece que vc NÃO leu o texto, ou se leu, não entendeu.
Você acha que não existem despesas conjuntas? Sério? Em que mundo você vive? Como você sabe? Não existe rotina diária? Só faltou você passar o número da loto. Claro que existe. Toda vez que existe comprometimento, planos e responsabilidade com a relação, existe rotina. Com 7 anos de relação você não aprendeu isso? Desde quando a proximidade física, sozinha, é a responsável por isso.
Note que é possível estar deitado na cama ao lado e isso não remete a rotina. Conheço pessoas que o fazem e vivem totalmente à revelia da própria relação. Estar perto, não é estar junto. Acredite, em TODAS as relações, existem problemas a serem vencidos e isso é primário. Por vezes não se tem um, mas se tem outros. Como disse o texto não desconsidera a rotina, pelo contrário, busca soluções para ela.
CONTINUA...
Continuação para Eni Miranda
ResponderExcluirMas o preocupante mesmo, é quando você comenta que: "o considero o ser mais perfeito da face dessa terra, já eu, me considero a mais errada, dou mancada o tempo inteiro e sempre sou perdoada sem nunca pedir perdão".
Sério que você não percebe nenhuma patologia contida nessa sentença? Sim e novamente me desculpe, mas ela possui alguns traços esquizóides. Não é perceber e relevar. Não é fechar os olhos, tratar como se não existisse,ou se considerar tão imperfeita que, à seus olhos, o outro se torna automaticamente perfeito. É compreender, discutir e superar. E aí vai uma grande diferença.
"Ah, se eu não tivesse fraldas para trocar e tivesse tempo para fazer vídeos românticos...". Já essa afirmação foi eivada de preconceito e arrogância. Entenda o seguinte: você teve filhos pq quis. É duro ouvir isso, mas é a verdade. E mais, tem gente que os tem e mantém o romantismo e tem gente que não os tem e não possui nenhum. Não generalize. O mundo não começa e termina em seu umbigo. Se você acha que, porque tem fraldas a trocar, não há tempo para fazer um "filme romântico" de 5 minutos, comece a prestar mais atenção em sua relação.
"Não somos melosos, não trocamos vídeos nem juras de amor, não dizemos 24h por dia que amamos um ao outro, nós simplesmente confiamos sentimentos um ao outro". Olha o homem de palha novamente.
"Se eu me deixasse levar pela rotina, pelos problemas externos, pelo meu egoísmo, egocentrismo e falta de sensibilidade, duvido muito que ainda estaríamos juntos. Percepção e sensibilidade, compreensão e entrega, são elementos importantíssimos (não os únicos, claro), para se manter um bom relacionamento". Parabéns, eu também acho.
Espero que não me leve à mal, mas você reparou que a "catarse" foi sua? Que você precisava falar sobre a SUA relação, e buscar um contraponto, mesmo que a sua ou a minha vida não fossem objetos diretos e primários do texto? Os filmes "in casu", são o mote literário, um empréstimo metafórico, que envolve a narrativa. O texto mesmo cuida sobre o que acontece quando "perdemos o foco".
1 abç.
Hpcharles