The Divide (2011) - por Hpcharles


Faz muito tempo que não durmo bem por causa de um filme. Talvez isso tenha acontecido a última vez em minha adolescência, então conte muitos anos daí. Vi Martyrs do Pascal Laugier semana passada e não me afetou tanto. E quem conhece a película, sabe que não é um filme exatamente fácil de se ver até o final.

A mais recente obra do diretor Xavier Gens foi responsável pelo estrago. Tá bom que ele já tinha avisado ao que veio no francês, “Frontier(s)”. Depois flertou com o mainstream no apenas razoável “Hitman” e agora jogou um míssil nuclear bem em cima do nosso edredom.

O jovem diretor parece que gosta de causar sensações desagradáveis em quem assiste seus filmes e...damn it, ele consegue, viu? Em “The Divide”, ele mostra que em suas estórias apocalípticas, não existem patrocinadores, suítes de luxo ou esperança. O que se reserva é imundice, racionamento e humanos em seu estado mais primitivo. Então corre até a cozinha e veja se tem estoque nas prateleiras para alguns dias, pois o “bagulho é sério”.


Para o que se propõe, o filme atinge na mosca. Dá o recado com extrema competência. Lembrem que o objetivo é esse mesmo. É agulhada entre a unha e o dedo. Quem não gosta, por favor saiba que a porta é a serventia da casa, mas cuidado, porque lá fora o cenário não é bonito e o clima é péssimo, então tratem de usar roupas apropriadas...para radiação.

A brincadeira começa quando um holocausto nuclear é despejado em uma cidade qualquer, obrigando um grupo de pessoas qualquer a buscar abrigo no subterrâneo de um prédio qualquer. Não se explica o porquê, não se diz quem foi, não se oferecem pistas.

Para Gens isso não importa. Ele só se interessa em como as pessoas reagiriam em um ambiente fechado, caótico, com recursos limitados, sem respostas, sem horizontes, sem cabelo.

E para entregar esse climão, o cara não pede “s’il vous plaît”. Já chega dando tapa na orelha e perguntando “se tá com nojinho”. É tempo ruim o tempo todo. É criança sendo levada da mãe,  corpos sendo destrinchados na base do machado,  sexo “doggy style”, sangue cuspido na pia. Rock`d roll sem música. Tudo na base do urânio enriquecido e do feijão enlatado.


É claro que não podia faltar a mocinha. A fofolete de Hostel 2, Lauren German, deve ter jurado que as coisas não podiam piorar mais para ela do que quando visitou aquele clube de sádicos na Europa Oriental. Se fodeu, porque em “The Divide” nem quadrado ela via o sol nascer.



O namoradinho da Rory Gilmore, o nosso querido Milo Ventimiglia, que para esse papel deve ter feito oficina com a Suzanne Hitchofen, aprendeu que, na arapuca em que se meteu, sem seus poderes de mutante meia boca que lhes foram emprestados em “Heroes”, não dá nem para saída. É rapaziada, vai uma máquina dois aí?


A sensação claustrofóbica comungada com a falta de informações do mundo exterior e o pior, a ausência de luz no fim do túnel, incomoda o espectador mais que coceira nas costas. Não pensem no filme com uma obra de arte, em nenhum momento Xavier mira nisso. O que ele quer mesmo é deixar um gosto de corrimão na sua boca. É poeira e leucemia no ar.


A iluminação, ou a falta dela, ajudam a criar a tensão. Os diálogos são agressivos, os personagens com pouco ou nenhum escrúpulo. A parada é sobreviver e a porrada come mesmo, “mermão”.

Um moralzinho para a Rosana Arquette, mais louca do que o terrorista de Realengo, dando mais que chuchu na serra, e para o Michael Biehn fazendo o que faz melhor, ou seja, exercendo sua canastrice.


A doentia experiência antropológica apenas piora na medida em que o tempo passa e a psicose aumenta entre os sobreviventes. Não sei porque me veio à cabeça, em algum momento, que fazer um BBB assim poderia ser a solução para aquela bosta nunca mais aparecer em nossos televisores. Aí Boninho, que tal a sugestão? Quer ver o que é confinamento de verdade? Mas de verdade, mesmo? Pergunta para o titio Gens que ele te explica.

É claro que muita gente vai dizer que o filme é mais ou menos, mas não se pode negar: o cara fez um filme que incomoda. A sujeira, o suor, as peladas nas cabeças, as excrescências, as torturas físicas e psicológicas, te fazem acreditar por um momento que mesmo que você esteja no Cheque Especial, sua vida é ótima.

E o final? Claro que não vou dar spoilers, mas achei o final perfeito para o que se propôs o filme. Absolutamente coerente. Conciso, enxuto, aterrorizador. Faz a cabeça dar um nó. Tipo os créditos finais entrando e “nóis” ali, imóveis, com cara de cachorro cagando na chuva, procurando a placa de saída, o botão para fazer o motorista parar. O futuro visto por Gens é do tipo, “para o mundo que eu quero descer”.

O quê?! Quer final bonitinho? Ah, vai ver Lessie, vai! Aqui o negócio é mais embaixo. The Frenchman faz um filme para quem tem estômago de aço e mente de Chuck Norris.

Bom, vejam se quiserem, mas não digam que eu não avisei, tá? Eu gostei “pra cacete”, mas se quiserem algo com mais assepsia, tem “Hunger Games” no cinema. Lá tem para onde ir. Tem a Aldeia dos Vitoriosos, quitutes no terraço e a Jennifer Lawrence sendo maquiada pelo Lenny Kravitz. Aqui não tem porra nenhuma. Aliás me pergunto...o que será que a Katniss faria com um arco e flecha quando saísse daquele porão?

     Hpcharles


Veja o Trailer:

O império do “Politicamente Correto” (por Hpcharles)


Não sei se sou só eu, mas vocês já repararam que a ditadura do politicamente correto colocou tudo no mesmo saco. E não importa o panteão, pode ser literatura, cinema, comida, música ou aquela bosta de novela que passa na tv.

Qualquer critica, o menor comentário e já ouvimos: “Ah, mas essa é a sua opinião”.  É lógico que é a minha opinião, seria de quem? Não fui eu quem a emitiu? É basilar que não importa quem proferiu a ideia, mas sim a ideia em si.

De um tempo para cá, a análise recebeu a alforria de se desposar da necessidade da profundidade mínima apenas para atender ao bem estar psicológico do próximo. E o resultado disso é que tudo ficou no campo do tal do “é subjetivo”.

Bom demais né? Tudo é subjetivo agora. Subjetivo “my balls”!!!! Ótimo, então se eu disser que o programa do Faustão é uma ode à diversão dominical, isso é subjetivo? Se eu afirmar que o nazismo foi mal compreendido, isso é subjetivo? Se eu disser que o Luan Santana produz música de qualidade, isso é subjetivo? Bom, talvez para você. Para mim o nome disso é mentira. Mas é por isso que se faz necessária a crítica racional e com o máximo de distanciamento emocional possível.

O grande problema do mi-mi-mi embutido no discurso do “político correto”, é que as pessoas se esqueceram repentinamente que existem SIM coisas que são ruins e coisas que são boas, independentemente da SUA ou da MINHA opinião.

Se você quer tapar o sol com a peneira e enrolar com conversa de botequim para justificar que, a auto-ajuda de Paulo Coelho avalizada pela Academia Brasileira de Letras é literatura de primeira, então tá, é seu direito, mas lembre apenas que, os “Marimbondos de Fogo” do “Zé Sirney” também o foram. Isso só para traçar um parâmetro de que existem considerações a serem feitas para se dizer que algo presta ou não presta.

Você por exemplo, pode adorar “Twilight”, mas no mundo adulto, isso não será levado à sério, porque não existe qualidade naquela joça que sobreviva ao escrutínio de alguém que desenvolveu o hábito de leitura ao longo da vida. Porque suas únicas virtudes foram de cunho comercial e de levar milhões de jovens ao redor do mundo a uma histeria digna de revista Capricho, tudo isso da noite para o dia. Isso porque os livros são mal escritos, com vocabulário pobre, história primária, com personagens superficiais e com uma protagonista que é um verdadeiro exemplo de submissão feminina.

Aceite isso. Se quiser se rasgar, xingar, fazer passeata, fique à vontade. Mas adianto...não vai alterar absolutamente nada. Se gritar resolvesse, porco não morria. Dito isso, antes que joguem em minha cabeça um celular rosa, com  adesivos de unicórnios e arco-íris, lembro aqui que, esse texto NÃO se direciona a “Saga” em comento, isso foi apenas um exemplo.

Você pode até argumentar: “Pôxa, mas é só entretenimento”. Ok, também gosto de me divertir. Mas então não diga que é o Mausoléu de Halicarnasso. A mixórdia começa quando se atribui a algo, um condão que ele não possui. E mais ainda, mesmo que se diga que é “apenas” entretenimento, será que não existe diferença entre bom entretenimento ou entretenimento ruim? Será que a construção de “Caçadores da Arca Perdida” tem o mesmo esmero e elã que Crepúsculo? Diga você.

Ah, então nem tudo deve ser subjetivo né? Qual o critério que você utiliza para separar o Al Pacino do Murilo Benício? Os dois possuem a mesma qualidade?

É cristalino que se deixarmos o fascismo do politicamente correto de lado por dois segundos, não precisaremos pensar muito. NÃO! NÃO SÃO IGUAIS! Não possuem o mesmo nível e consistência como ator e nem a mãe do querido Murilo diria isso em sã consciência. Veja bem, isso INDEPENDE da sua opinião. a
É de bom alvitre ressaltar que precisamos distinguir os comentários. Cada vez mais dizer que gosta ou que não gosta é suficiente, quando de fato não é. Ocorre que, quando se ultrapassa o palpite pedestre, o risco aumenta, as exigências se tornam maiores. E para fazer isso com um pouco de competência, dá trabalho. É preciso mais leitura, mais conhecimento, mais dedicação, quiçá, mais estrada.

Claro que, mesmo isso, não exclui o erro. Grandes críticos fizeram avaliações tolas, emotivas, paternalistas. Mas ainda assim, é preciso que exista uma distinção, que tentemos relevar os quesitos técnicos da escrita e da direção por exemplo.

Quando lemos um livro, o vocabulário utilizado deve atender ao seu propósito, transmitir a ideia com exatidão. O roteiro deve oferecer sentido e liga à trama, a trilha sonora deve emoldurar propriamente a o filme. O que quero dizer é que, tudo isso vale mais do que o: “eu achei legal e essa é a minha opinião, você tem que respeitar”. São pesos diferentes, percebem?

Aliás, essa coisa do respeito automático me dá nos nervos. Devo “respeitar” sua opinião porque? E se a sua opinião for ruim? E se não fizer sentido? Gente, respeito se conquista, não deve ser entregue de mão beijada. Existe uma condescendência nefasta, retrógrada e que produz um desserviço na cabeça das pessoas, quando se para na opinião dissociada de arrimo. Se quiserem chamar isso de arrogância, não faz mal, não sou contra a arrogância baseada em conhecimento superior, prefiro isso à opinião de gente que não sabe separar berimbau de gaita. Se o argumento for bom, cirúrgico, está valendo, é positivo, balsâmico.

Novamente: não disse que é preciso estudo direcionado ou especialização para se emitir um bom comentário ou se fazer uma boa resenha. Mas em contrapartida, acredito que quanto mais estudo, mais leitura e mais conhecimento se tiver, mais próximo da excelência se chegará. Isso é fato né?

O que precisa ficar claro é que, temos que parar de deixar de dizer o que pensamos por medo de machucar o gosto do outro. Existe uma diferença entre se atacar a obra e se atacar a pessoa que gosta da obra.

Posso afirmar (se fundamentar) que tal livro é ruim. Isso é válido, deve ser incentivado e quem recebeu a contradita não deve ficar “putinho” a menos que tenha 12 anos de idade. Mas não posso xingar, não devo direcionar a minha crítica à pessoa que emitiu a opinião.

Tentar desmerecer quem fez o comentário atacando o comentarista e não o próprio comentário em si, é uma falácia clássica que se chama “ad hominem”. É sinal de fraqueza, é para quem já perdeu a discussão. Tenho certeza de que você pode fazer melhor do que isso, não pode? Então faça!

Sendo assim, quando for deixar um comentário do tipo: “achei uma merda”, ou “que porcaria”, saiba que você só gastou dedo. É puro nitrato de polipeido. Você não transmitiu nada, só agrediu alguém que teve mais coragem do que você e se expôs, fazendo um vídeo, escrevendo uma resenha, passando uma ideia.

Toda vez que você ficar tentado a fazer esse tipo de intervenção estúpida, se contenha e lembre que, ao invés de fazê-lo, a atitude apropriada é fazer melhor, ou pelo menos, embasar generosamente o comentário. Falar qualquer um fala. Querem ver? “Hunger Games é uma obra prima da literatura moderna, se Virgílio estivesse vivo e lesse tal monumento, cortaria os pulsos de inveja”. Pronto, falei. Isso se tornou verdadeiro só porque eu falei? Tem substância, valor didático ou analítico. Não né?

De qualquer maneira, vou torcer para que daqui a algum tempo essa bobagem reducionista de achar que “o que vale mesmo é se você gostou”, seja enterrada de vez. Isso não ajuda ao desenvolvimento intelectual de ninguém, muito pelo contrário.

Por derradeiro me vou indo, afinal tenho coisas espetaculares para fazer hoje.  Preciso ouvir o cd que comprei do grupo Molejo, ver um filme do Steven Seagal que aluguei e também tenho que terminar de ler o livro que a Xuxa escreveu, que é uma maravilha. O quê?!?! Não vão me dizer que não gostam! que essas coisas são ruins! Mas como assim não gostam!? Por favor respeitem a minha opinião! Afinal, tudo é subjetivo ora... ou será que não?

Hpcharles

É só um livro, jovens mancebos, é só um livro (por Hpcharles)

Já tinha ouvido falar que tem gente de fraldas se agredindo por ficção, mas presenciado mesmo, nunca havia. No entanto, pelo que tenho visto nos Youtubes da vida, parece que as juvenis demonstrações de histeria e “viadagem” oriundas de Crepúsculo não foram suficientes e agora surgiu uma moda nova na praça. “Hunger Games”. Sim amiguinhos, mais uma distopia “aborrecente” chegou para nos brindar com fantásticas alusões a um mundo pior (como se o de hoje fosse ótimo); e nos ensinar a mais pura filosofia de condomínio, especialmente moldada para os fãs de Justin Bieber e Lady Gaga.

Mas não vou me ater ao livro. Já manifestei a minha opinião sobre ele. Me estenderia se a ideia ao menos fosse original, coisa que não é. E se você viu “Batoru Rowaiaru” e leu 1984, sabe que está tudo lá. Tá bom, tá bom! Bem pior, mas está lá, né? Mas ok, se você gosta, ótimo. Fico feliz em saber, toca o barco! A bola que quero levantar é a do fanatismo de primeiro período, aquele que pinta a unha com florzinhas e tem gosto de Mentos. Aquele que exclui sem conhecer, que urra de franjinha na testa.

Nunca gostei de fãs. A meu ver não servem para nada a não ser para aporrinhar. Nada acrescentam. São o exemplo mor do improfícuo. O baluarte do “sacocheismo”. Se não consumissem, não pagassem as contas do autor, duvido que fossem alimentados. Não teriam mais utilidade do que um peso de papel. Mas veja bem: fãs são diferentes de admiradores, na melhor concepção da palavra.

O admirador curte o livro, o filme, se deleita com a narrativa, torce para o mocinho e come a pipoca sem fazer barulho para não atrapalhar a obra. No dia seguinte, o admirador vai para o trabalho ou para a escola, sabendo que aquilo é apenas ficção. Ponto final. No máximo, indica a leitura ou a película com entusiasmo natural de quem gostou, mas ressaltando que não deve tirar o sono.

Já o fã...bom, o fã é aquilo. O fã, esperneia, desmunheca, pinta o cabelo da cor de seu herói, escreve em Caps Lock para todos verem como ele é mais fã do que os outros fãs, chega 7 horas antes(e diz que chegou 7 horas antes). O fã é público, cansativo. O fã cutuca para a fila andar. Mas o pior é que o fã não gosta de ser contrariado. E, se você duvida, experimente “argumentar” com um fã. Apenas tente, mesmo com clareza meridiana e educação de família real britânica, dizer que achou que o livro que ele venera não é a Capela Sistina.

Se você já fez isso, já sabe o que acontece. Pois é, seria melhor ter xingado a mãe do pequeno doublê de Jacó Preto, de “mulher de vida fácil”. Seria melhor ter dito que o cabelo da aspirante a “Katniss da periferia” está com as raízes do cabelo de outra cor.

E isso tudo mesmo que ele não tenha absorvido patavinas da história e não possua o menor senso de estrutura de narrativa. Mesmo que a única literatura da qual ele tenha chegado perto, foi aquela colocada na prateleira dos “Best Sellers”. Me pergunto: como esse pessoal que nunca entrou em um sebo, ou leu um clássico que seja, já chega com o pé na porta e chutando a canela? Mal comeram a sardinha, já estão dizendo o que é o Haddock? Por favor, né? Olha, vai ali na esquina que o Edward está brilhando no sol, vai...

Não me entendam mal, já fui adolescente também. Mas não me lembro de ter escrito cartas com impropérios para defender a Emília ou Visconde de Sabugosa e nem disse que a mãe de quem não achava o Monteiro Lobato legal, tinha cabelo no peito. Nunca sai no tapa com fãs de Poirot porque era “team Sherlock”.

Se você se importa se uma teen chata do inferno não consegue se decidir entre a necrofilia ou zoofilia, it`s ok for me, mas nesse processo, não agrida ninguém. Se você quer pegar o trem para ver os jogos na Capital, melhor ainda, mas deixe quem quer descer do coletivo, saltar em paz, mesmo se ele entender que a viagem é chata, rasteira, supérflua. Afinal, ele também pagou a passagem, só não gostou dos acompanhantes.

Se você acredita que Hunger Games é a melhor coisa que apareceu na literatura depois de Homero, good for you. Mas saiba que tem gente que acredita em fadas. Gritar que é bom não é suficiente, não melhora o produto. O choro é livre, mas o lugar de chorar é na cama que é lugar quente e não nos ouvidos dos outros.

Se não se fundamenta, não se justifica, não se elabora, toda opinião é igual. Dizer que gosta ou dizer que odeia, sem colocar alicerces, é queimar adjetivos. APENAS ISSO. Não serve para nada.

Outra coisa que o fã em geral não entende, é que existem outras possibilidades no universo além de seu escritor predileto e a estória criada por ele. Sim, se você está na onda das distopias infanto-juvenis, saiba que existem outras praias a serem visitadas. Talvez elas não abriguem vampiros, lobisomens ou possuam a pretensão metafísica do Big Brother Brasil, como Hunger Games, mas quem sabe, te mostrem que, de repente, não mais que de repente, tem coisa mais legal por aí. Tudo é possível. Vai que você se surpreende...

É preciso que se entenda que, gostar de algo, mesmo que fortemente, ou até dar pity, não traz atributos ou virtudes para uma obra. Sou sempre a favor da leitura. Acho que ler é sempre melhor do que não ler, mesmo que seja o jornal que embrulhava o peixe. Ainda assim, aprendi que a leitura impende amadurecimento.

Você pode começar com Suzanne Collins ou Stephanie Meyer, mas SAIBA que, com o tempo, você mesmo reconhecerá que se equivocou ao fazer da defesa de suas obras, uma batalha campal. Isso é chato, é cafona, é coisa de quem bebe pêra com leite feita pela vó.

Então vou contar para vocês um segredo. Só para vocês que são adolescentes e que sonham com terríveis distopias de um mundo implacável. Quem sabe seus desejos se realizam e o futuro não será tão bom. Basta que, para isso, vocês continuem tratando e considerando quem não gosta, ou critica determinada literatura, como seu inimigo de armadura. Logo logo, a vida se transformará em um inferno, até mesmo dentro das bibliotecas.

E já ia esquecendo...se tudo falhar e nenhuma dessas distopias acontecer, o mundo parecer maravilhoso e a ficção ficar na ficção, não se preocupem, ok?  Existe algo muito mais assustador do que não ir para a Aldeia dos Vitoriosos. E prometo, vai acontecer com absoluta certeza quando vocês crescerem. Se chama: contas no fim do mês. Espere até você ter que pagá-las por si só e verá que brigar por causa de Hunger Games não é coisa de adolescente...é coisa de criança.

    Hpcharles.
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