Estou há uns 2 anos sem aparelho de som no meu quarto.
Sempre adorei ouvir música alta sozinha, acompanhando a letra no encarte ou simplesmente largada no sofá ou em cima da cama de olhos fechados.
Aos 12 anos de idade, ganhei meu primeiro Walkman da Sony (daqueles pretos com toca-fitas), e partir de então passei a dividir meu tempo musical entre ouvir música alta no aparelho de som da sala ou no quarto e meus fones de ouvidos que duravam cerca de 2 semanas (o original que veio junto com o Walkman durou um poiuco mais, mas lembro de ter recorrido a camelôs um milhão de vezes), e a fortuna que foi gasta com pilhas, entao, vixe, nem se fala (certa vez meu pai cansou dessa vida de trazer pilha pra casa dia sim dia nao e me trouxe um incrível carregador de pilha, e olha que incrível, ele era BIVOLT!
Fazer qualquer coisa com o walkman ligado (e preso ao cinto, veja só voce, ele tinha um prendedor pro cinto!) era muito mais legal.
Lavar a louça pra minha mãe.
Limpar meu quarto.
Passar férias na casa da praia.
E andar de ônibus, então, nem se fala (até hoje nao consigo andar de ônibus sem meu Ipod) – e olha que eu só precisava andar de onibus uma vez por semana, aos sábados pra ir até a escola de inglês.
Gostar de música me ajudou a aprender inglês.
Gostar de música me fez ter uma vontade enoooorme de aprender a tocar violão – mas descobri que talento não há. *suspiro longo*. Enfim!
Como disse lá em cima, estou há cerca de 2 anos sem aparelho de som no meu quarto.
Eu já não ouvia meus CDs naquele aparelho há bem mais tempo do que isso.
Somos vizinhos de porta do meu tio, irmão do meu pai. As duas casas foram construídas juntas. Meu quarto que fica sobre a sala, de frente pra varanda que dá pra rua (esse era o quarto dos meus pais – eles trocaram de quarto comigo quando minhas duas irmãs saíram de casa [eu dividia um quarto com elas] e o quarto deles tinha telefone – em 1997 instalamos a internet e, né, era discada, o computador precisava ficar perto dp telefone, e vai saber porque, meu pai achou mais facil trocarmos de quarto do que instalar telefone no meu quarto...ok.). Meu quarto ficava exatamente ao lado do quarto dos meus tios. Nos anos 2000 minha tia que também era minha madrinha foi diagnosticada com cancer. Desde então minha mãe não me deixou mais ouvir música alta no quarto pra não atrapalhar o descanso da tia. Alguns anos depois minha tia faleceu – e eu já tinha perdido o costume de ouvir meus CDs. E há cerca de 2 anos estou sem aparelho de som no quarto.
Em 2005 entrei pro mundo maravilhoso dos mp3 players (antes de adquirir meu primeiro mp3 player tipo pen drive (eles ainda existem?) adquirido no falecido Standcenter da Paulista. Antes disso, a graça era baixar as músicas em mp3 e gravar CDs com elas.
Eu não tinha gravador de CDs no meu primeiro computador – então quando eu tinha cerca de 600Mb de músicas no computador, minha irmã do meio levava minha CPU pra casa dela onde meu cunhado gravava essas musicas em CDs pra mim. Um tempo depois precisei de um computador novo e este já tinha um incrivel gravador de CDs. Pra quem gosta de música, aquilo era a coisa mais legal do mundo! Eu gravava mixed CDs pra todomundo.
Um ano depois ganhei meu primeiro Ipod, classic, 30Gb de puro amor- eu levei exatos 5 anos pra encher 30Gb de música. No final de 2010 ganhei um ipod com capacidade de 160Gb, coloquei todos os 30G do primeiro, hoje acabei de ver que já tenho quase 40 G utilizados, entao acho que ele vai durar mais ou menos a vida toda – o de 30G eu dei pra minha sobrinha que não liga muito pra musica, mas estou tentando mudar isso (quando ela era bebê, eu a colocava pra dormir ouvindo OK Computer do Radiohead – me recuso a acreditar que ela goste de Bruno Mars).
Fazendo uma reflexão rápida sobre meu gosto musical ao longo dos anos, chego a conclusão de que não mudou muito. De algumas coisas que eu gostava já não ggosto mais (houve um período negro em que gostei de Backstreet Boys, cheguei a ter um CD da Britney, outro em que fui muito fã de heavy metal e usava camisetas do Iron Maiden – mas ainda guardo o A Real Live One na minha coleção ;)
Acredito que tanto as músicas que ouvimos como os livros que lemos ou os filmes que vemos fazem uma GRANDE parte de quem somos.
Entao eu nasci em 81. Sou a caçula de 3 filhas da dona Carmen – caçula de verdade, veja bem, sou filha temporana (minha mãe já tinha quase 40 anos quando eu nasci) e a diferença pra minha irmã mais velha é de 10 anos, e pra irmã do meio 7. Portanto quando comecei a me entender por gente, minhas irmãs já eram mocinhas, adolescentes, já tinham suas coleções de discos e eu pretty much ouvia o que elas ouviam:
- Duran Duran
- Madonna
- A-ha
- Cindy Lauper
- New Order
- Smiths
E, craro, U2.
Nós não tinhamos nenhum vinil do U2, mas tinhamos o rádio sempre ligado (na Transamérica, ou na Jovem Pan, geralmente) e tinhamos também os incríveis programas de videoclipes da rede Gazeta, minha gente. Alguém aí lembra do Clip-Trip? Do Capivara? Entao, me lembro de ter visto vários especiais do U2 (geralmente clipes do Joshua Tree, ou o Sunday Bloody Sunday ao vivo).
Em 1990 a vida começou a ficar mais interessante com a MTV (correria atrás de TV UHF, só pora gente poder assistir a um canal chuviscado que só ficava no ar do meio dia às 10 da noite, mas era divetrtidíssimo), e com o advento do nosso primeiro aparelho de som com CD player.
O primeiro CD comporado (pra testar o equipamento) foi o incrível Rattle and Hum – pronto, a gente nao tinha em vinil, mas tinha o CD do R&H, que né, bem mais legal.
(Depois de um tempo minha irmã comprou o vinil do Achtung Baby e do War, também, mas eu nao lembro porque exatamente – a gente já tinha CD player, oras! Mas acho que oi preço do vinil ainda era mais baixo que dos CDs.
Engraçado como as coisas acontecem – um CD era muito mais caro do que um vinil – nós consumimos CDs por 2 décadas mais ou menos até a era MP3 + Ipod, e os CDs estao ficando obsoletos, mas o vinil, minha gente, continua em plena forma, com toda a sua personalidade. Não sei bem se todos os lançamentos da industria fonográfica sao também lançados em vinil, mas ele está aí, firme e forte (e caro pra caral$%&o – aqui em casa nós nao temos mais o aparelho tocador de vinil, minhas irmãs se desfizeram da maioria das coisas das coleções delas, minha mãe ainda guarda vários dos vinis de música clássica e de música espanhola que ela colecionou desde mocinha, e meu pai ainda tem alguns vinis de música sertaneja (sertaneja, de verdade, nao essa nhaca que se ouve hoje em dia), mas – uma boa vitrola hoje em dia custa os olhos da cara (vou acabar comprando uma pra minha mae qualquer dia desses – apesar dela também ter entrado na era dos CDs nos anos 90, achghoi bonito ela nao ter se desfeito da coleção de vinis dela – acho que deve valer uma nota e... enfim, valor sentimental e etc, tudo isso conta, e música é música e dinheiro gasto com música é sempre dinheiro bem gasto)
Hoje em dia eu voltei a comprar vinil – pro namorado que coleciona, tem sua vitrola, mal me deixa chegar perto dela porque, né, sou estabanada e desastrada, entao, deusmelivre riscar um disco dele, mas acho divertido ir até a livraria cultura (pra quem mora em São Paulo, a do shopping Market Place tem uma variedade bem boa, a preços que variam de 80 a 160 reales (queromorrer!! ) – entao, né, um vinil nio aniversário, um no dia dos namorados e 2 no natal e olhe lá, mas de qualquer forma, me divirto horrores procurando vinis legais, constatando que a grande maioria dos que eu compraria eu já tenho em CD, mas, enfim.
E o encarte? Gente, encarte de vinil é a coisa mais legal do mundo!
Da coleção das minha irmãs os que eu mais ouvia eram o Dois da Legião Urbana, o 101 do Depeche Mode, o Like a Prayer da Madonna (que sofreu um acidente, ficou muito tempo no sol e derreteu, mas ainda dava pra ouvir a maioria das músicas), o Stay on These Roads do A-ha, o Achtung Baby do U2, o Arena do Duran Duran e o Keep the Faith do Bion Jovi. A maioria deles eu comprei em CD assim que.
Hoje me deu vontade de ouvir música alto no meu quarto e lembrei que há cerca de 2 anos estou sem aparelho de som no meu quarto.
E ouvir música no quarto dos meus pais já não é mais a mesma coisa (mas amanhã eu vou experimentar ...hm)
Minha sobrinha, aquela que dormia ao som de OK Computer, fez 12 anos - uma boa idade pra começar a emprestar meus CDs pra ela e ver se ela desenvolve o mesmo gosto musical incrivel que o meu (como a mãe e a outra tia dela fizeram comigo ;)
Oi, Tati! Achei bem legal teu texto, eu acabei viajando no tempo e lembrando como era nos anos 90 minha relação com a música. Essa coisa de comprar vinil ou cd parece que aproximava mais a gente da música, a coisa do encarte e tal. Não tenho mais vinis porque meu marido simplesmente coleciona vinis, então eu deixo isso só pra ele, do contrário não cabe mais nada aqui em casa. Não sei se você chegou a viver isso, mas no meu bairro tinha uma locadora de cds, eu vivia alugando cds pra gravar em fitas cassetes, era uma diversão. Beijinho!
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ResponderExcluirTati, eu vivi tudo isso. O Walkman, o cd player (que fantástico era não) o carregador de pilhas (esse então nossa) os vinis da minha tia e madrinha [tu sabe minha história :)], que com ela graças a Deus conheci Seal, Madonna, Cyndi Lauper, Simply Red, Duran Duran, Tears For Fears entre outros...
ResponderExcluiros incríveis vinis da minha avó (mas eu tinha os meus da Xuxa) a fase de também não poder ouvir música alta, as fitas cassete que eu tentava gravar minhas músicas pelo rádio, quando raramente tocavam meus rocks favoritos, que eu começava a amar lá pelos 13...
E graças a Deus, o auge, quando eu comprei meu Ipod 160gb! Não sei o que era minha vida antes dele. Nem preciso de aparelho de som ("toca discos"!), porque tenho dock, rá!
Mas falando sério: dois anos sem? Pra mim seria a morte, rs. Eu acho que VIVO de música.
By the way, pela mesma razão eu tenho facilidade com o inglês.
Muitas bandas me salvaram de Backstreet Boys e afins. Agradeço ao U2, Radiohead, Oasis, Pearl Jam, Keane, Foo Fighters, Red Hot e muitas outras.
E agradeço também você por atualizar seu blog. Fiquei tão contente! Sorry o comentário mais longo ever ;)
Tati! Fiquei feliz por ter escrito um post tão grande! Adorei mesmo.
ResponderExcluirE quanto a sua sobrinha, tenho 12 anos, vou fazer 13 em fevereiro, e gosto muito de Cazuza e Chico Buarque [Isso desde dos 9/10 anos] então, tudo nessa vida há soluções! Comece a lhe influenciar a escutar uma boa música. Bruno Mars até que vai. Se ela não gostar de funk, agradeça,rs ;)
Beijo (:
Ai música é td na vida! Me move! Amoo dirigir e tomar banho ouvindo musica, resrsrsrsr!
ResponderExcluirMenina, nem sabia que vc tinha namorado! Achava que vc ja era casada!
bjs
Nossa, que show!!
ResponderExcluirTbm tive walkman que pendurava na cintura, assitia Clip Trip.
Vivi tudo isso tbm! Que saudades!
Adorei seu post!
Beijos
Nossa, achei tb que vc nao tinha namorado....nem conta pra gente poxa, rs...Bj
ResponderExcluirOi Tatiana! A um tempo que eu acesso seu blog e vejo os seus vídeos, quem indicou foi uma amiga, por achar vc parecida comigo rsrs. E não é que cada vez mais me espanto com as semelhanças? Idades próximas, mesmo gosto musical, literário, e agora descubro que vc também é filha temporana, foi influenciada pelo gosto musical dos irmãos e está tentando melhorar o gosto musical da sobrinha adolescente (no meu caso, sobrinhas). Bizarro isso hehehe.
ResponderExcluirLembra do Clipitonita???
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